O Ministério da Saúde apresentou o resultado da avaliação de uma equipe de médicos da Universidade de São Paulo (USP), que avaliou os casos de reações adversas a vacinas contra HPV em mais de 80 jovens no Acre.
De acordo com o estudo, os pacientes tiveram uma crise “psicogênica”, excluindo a associação de problemas em decorrência da substância aplicada na imunização.
O estudo foi conduzido pelos pesquisadores José Gallucci Neto, diretor da Unidade de Videoencefalografia do IPQ-USP, e Renato Luiz Marchetti, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo. A equipe selecionou 12 jovens e os deixou em observação para avaliar a condição médica. O diagnóstico não indicou nenhuma reação à substância, mas o que definiram como “crise não-epilética psicogênica”. Os sintomas teriam emergido em razão de um conjunto de fatores, como o receio em relação à própria vacina até condições socioeconômicas.
“Esta doença ocorre em razão de um conjunto de problemas psicossociais. O fator estressante emocional é a vacinação. Não apenas o ato da vacinação, mas a crença compartilhada por aquele grupo de que a vacina pode ser perigosa. Essa apreensão provoca nas pessoas que já são vulneráveis o surgimento dos sintomas, que são agravados por estímulos que vão reforçando a ocorrência das crises”, esclarece Marchetti. Segundo ele, essa reação também já foi registrada com outros tipos de vacina, como as para o vírus H1N1, malária e tétano.
A consultora da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) Maria Teresa da Costa ressaltou que mais de US$ 300 milhões foram gastos em todo o mundo para examinar a eficácia da vacina contra o HPV, que atestaram o caráter seguro dela. Ela destaca a importância da vacinação para prevenir a ocorrência do câncer de colo de útero. (Metro1)