O governo do Brasil pretende, ainda em 2019, privatizar ao menos 20 parques nacionais de preservação ambiental do país. De acordo com Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, Jericoacara (CE), Lençóis Maranhenses (MA), Chapada dos Guimarães (MT) e Aparados da Serra (RS) são algumas das prioridades para o repasse à iniciativa privada.
Os locais serão oferecidos à administrações de empresas privadas, que passarão a explorar as regiões, com serviços e turismo. O modelo, definido pelo próprio ministro como “toma que o filho é teu”, consiste em atribuir às empresas o máximo que for possível, retirando a responsabilidade do estado. Para ele, é fundamental “diminuir a dependência” que os parques tem, do “orçamento público”.
“A gente tem de dar uma destinação econômica para as unidades de conservação, para diminuir a dependência do orçamento público. Senão, essas áreas não terão saída”, disse Salles em contato com o Estadão. “Você pode fazer o discurso mais bonito do mundo sobre o meio ambiente, mas, se não dermos uma mais-valia econômica para as unidades de conservação, estaremos sempre a reboque do orçamento federal”, continuou.
Ricardo exemplificou com a concessão do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, feita em 2018, a qual ele classifica como “péssima”:
“A concessão do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, por exemplo, feita no fim do ano passado, foi péssima. Fizeram uma concessão meia-boca, de alguns serviços, dizendo que 80% tinha de continuar sob o comando do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio)” .
Atualmente, as 20 áreas são controladas pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), que leva o nome do ambientalista Chico Mendes, personagem de uma polêmica que envolve o ministro Ricardo Salles. Em entrevista ao Roda Viva, o líder da pasta do Meio Ambiente diminuiu a importância do líder seringueiro: “Que diferença faz quem é Chico Mendes?” (Bahia.Ba)