Grupo de mulheres quer retirada da Lambasaia do Camaforró: “músicas incentivam o ato sexual precoce e violento”

Foto: Reprodução / Instagram
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Na semana passada, a Prefeitura de Camaçari divulgou a grade de atrações do Camaforró, que será realizado entre os dias 21 e 23 de junho, no Espaço Camaçari 2000. Entre os nomes principais do tradicional evento junino tem nomes como Adelmário Coelho, Magnifícos, Simone e Simaria, Calcinha Preta, Marcos e Belutti, Amado Batista, entre outros.

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CONFIRA A GRADE DE ATRAÇÕES POR DIA

Sexta-feira (21/6)
Adelmario Coelho
Magníficos
Unha Pintada

Sábado (22/6)
Devinho Novaes
Lambassaia
Simone & Simaria

Domingo (23/6)
Calcinha Preta
Marcos e Belutti
Amado Batista

Mas, uma das atrações confirmadas gerou polêmica no município da Região Metropolitana de Salvador (RMS). Sensação do último verão, a banda Lambasaia virou alvo de protesto de mulheres da cidade. Uma nota de repúdio foi divulgada pelo grupo Mulheres Unidas de Camaçari Bahia.

Nota de Repúdio
“Nós do grupo Mulheres Unidas Camaçari Bahia, repudiamos a omissão institucional da prefeitura municipal de Camaçari Bahia pela suposta contratação (Consta na programação oficial) com dinheiro público artistas que em suas letras de músicas incentivam a violência contra as mulheres e as expõem ao constrangimento conforme a Lei Estadual 12.573/2012.
O grupo Mulheres Unidas é um movimento social combativo e de luta pela causa das mulheres, crianças e adolescentes etnias, minorias.

A festa cultural do São João ” Camaforró” é um evento para toda família onde crianças e jovens juntamente com seus responsáveis se fazem presentes para prestigiarem a diversão que deve ser pacífica para manter a saúde física e mental.

Conforme o artigo 4° do ECA, que estão em fase de desenvolvimento. Onde resguardamos a integridade; pois as músicas incentivam o ato sexual precoce e violento,  Bullying e abuso físico, sexual e emocional da mulher. As autoridades competentes já foram acionadas e solicitamos o cancelamento da contratação e apresentação da banda Lambasaia no Camaforró”.

Caso no MP-BA
O grupo inclusive, chegou a acionar o Ministério Público da Bahia (MP-BA) para intervenção com base na Lei Estadual 12.573/2012.  “Dispõe sobre a proibição do uso de recursos públicos para contratação de artistas que, em suas músicas, desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres a situação de constrangimento, ou contenham manifestações de homofobia, discriminação racial ou apologia ao uso de drogas ilícitas”. Em contato com a reportagem do BNews, a líder do MUCB, Marlone Pereira, não escondeu a indignação com a contratação da banda para o tradicional evento junino da cidade. “Não podemos acolher em nossa cidade uma banda que difama a mulher. As letras mostram uma mulher violenta, mulher agressiva. A gente não quer essa relação de mulher violenta em nossa cidade. A mulher é carinho, a mulher é respeito. O Camaforró é uma festa da família, muitas crianças. Essa música é disfarçada de lazer e diversão, e há um lado obscuro por trás dessa música que pode virar uma cultura mal interpretada”, desabafou. A representante do grupo fez questão de destacar que buscará por todos os meios a probição da apresentação da banda na festa. “Eu não tenho nada contra o ritmo, nada contra a banda. Mas, o que eu puder fazer para essa banda não tocar em nosso município, eu vou fazer, principalmente com dinheiro público”, afirmou. Marlone garantiu que tem buscado contato com o prefeito Antônio Elinaldo para solicitar a substituição da atração na programação e que já comunicou o caso à Secretaria de Criança e Adolescente do municipio.Procurado, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) não se posicionou e nem confirmou ter sido acionado pelo grupo de mulheres até o fechamento.

O que diz a banda
Em nota, a banda Lambasaia negou que suas letras deprecia as mulheres. “A Lambasaia surgiu pra levar alegria e fazer as pessoas mexerem o corpo. Nosso ritmo é envolvente, dançante e as pessoas têm abraçado nossa proposta. Estamos muito felizes com essa repercussão. Ao contrário do que foi dito, jamais iríamos expor ou denegrir a imagem da mulher. Somos filhos, acima de tudo. A nossa música é o grande barato. A Lambasaia é pura alegria!”. A reportagem do BNews procurou a Prefeitura de Camaçari, que não enviou nenhum posicionamento até a publicação da matéria.

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