Lideranças da etnia Yanomami e Ye’kwana denunciam a presença de garimpeiros ilegais em reserva no Roraima e no Amazonas. Em carta aberta, eles chamam atenção para o risco de um massacre.
“Os garimpeiros estão envenenando as pessoas e contaminando nossos rios, nossos peixes, nossos alimentos e espantando nossa caça. Sabemos que o mercúrio usado no garimpo está contaminando nosso povo”, diz um dos trechos da carta.
Segundo informações do G1, o documento diz que 116 lideranças participaram da reunião da reserva em Demini, no estado de Roraima, e elaboraram a carta para cobrar que o governo retire os garimpeiros da região e impeça a entrada de novos. “Trazem todo tipo de bebidas, drogas e doenças. Eles têm muitas armas e são violentos também entre eles. Eles matam uns aos outros e enterram os corpos na beira dos rios ou jogam nos rios”, acrescentam os indígenas.
Lida pela deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR) na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (26), a carta é endereçada ao Executivo e Legislativo Federal.
De acordo com a publicação, em resposta, o representante do movimento de garimpeiros em Roraima, Clayton Alves, disse que “há ONGs e grupos estrangeiros que estão por trás dos indígenas, os manipulando conforme seus próprios interesses”. Ao G1, ele disse que “existem muitas distorções” e que a população indígena “é tratada como massa de manobra”. (G1)