Os grupos de Whatsapp que foram usados pelo deputado federal João Roma (PL) durante sua campanha para governador da Bahia, no último ano, são agora espaço para compartilhamento de fake news e até de defesa de atos antidemocráticos. Nas plataformas oficiais do ex-candidato a governador, o link para participar dos grupos é compartilhado “para que as mensagens de João Roma e Jair Bolsonaro cheguem aos quatro cantos da Bahia”.
Com o fim da campanha e a derrota do deputado para o governador Jerônimo Rodrigues (PT), entretanto, os apoiadores de Roma e Bolsonaro continuaram a compartilhar mensagens nos grupos da plataforma.
No fatídico domingo, dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes, os integrantes do grupo do deputado em Luís Eduardo Magalhães compartilharam vídeos ao vivo com títulos como “O povo tomou o Congresso” e “Patriotas indo para os quartéis nas suas cidades”. Acessados pelo Metro1 nesta sexta-feira (13), os vídeos estão privados ou indisponíveis.
Um texto compartilhado nesta quinta-feira (12) no grupo aconselha que os mais de 60 participantes do grupo limpem todo o histórico das suas redes, “excluindo qualquer coisa que possa ser deturpado pelos soldados do sistema”. “Por lei, é direito do cidadão se posicionar, mas tomem cuidado com cada posicionamento externado”, afirma a mensagem que começa com a ressalva: “Sabemos que ninguém aqui é criminosos e todos querem apenas o melhor para o nosso país”.
Captura de tela do grupo de Luís Eduardo Magalhães feita nesta sexta-feira (13)
Na segunda-feira, após os atos golpistas, um dos integrantes do grupo compartilhou um link que mostrava supostas mortes na Academia da Polícia Federal, onde 1,5 mil presos foram levados após a invasão ao Congresso. Até esta sexta, são comuns também compartilhamentos de crianças apreendidas. Não foi confirmada nenhuma morte durante a apreensão e idosos e mães com crianças foram liberados pela PF na última terça-feira (10).
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou ainda ter montado uma estrutura de cinco tendas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
No mesmo grupo, a assessoria do deputado estadual Diego Castro aproveitou para compartilhar um texto informando que ele acionou o Ministério Público Federal para apurar possíveis violações aos direitos dos manifestantes detidos em Brasília.
Além das fake news envolvendo os atos golpistas desta semana, são compartilhados também informações falsas sobre a vacinação contra a Covid-19, que a ligam ao acometimento de doenças.
O Metro1 entrou em contato com quatro assessores de João Roma, com o gabinete e enviou mensagem para o e-mail oficial do deputado, mas não obteve resposta até o momento da publicação desta matéria. (Metro1)