O hacker Walter Delgatti, conhecido como o hacker da Vaza Jato, afirmou nesta quinta-feira (17), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu indulto para seus serviços ilegais de adulterar urnas eletrônicas nas eleições.
De acordo com o depoimento, Delgatti teria realizado uma reunião com o ex-mandatário, durante sua gestão, no Palácio da Alvorada, em seguida no Ministério da Defesa para tratar de termos técnicos das urnas. A afirmação pode ser comprovada com fotos. A reunião aconteceu em 10 de agosto de 2022, período pré-eleitoral.
O hacker está preso preventivamente por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). À Polícia Federal, Delgatti disse que o crime foi encomendado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Durante a reunião, na qual Zambelli também participava, ele relatou que o ex-presidente o questionou acerca da viabilidade de invadir os sistemas eletrônicos das urnas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se conseguisse, Bolsonaro teria afirmado que garantiria a ele um perdão presidencial.
“Disse que eu estaria salvando o Brasil, contou que teve acesso ao inquérito da PF de 2018 e disse ‘na parte técnica não entendo nada, preciso que você vá ao Ministério da Defesa e fale com os técnicos'”, contou Delgatti. (metro1)