Uma idosa de 61 anos diz que está presa, sem poder sair de casa há quatro meses, porque a escada que era usada para acesso à residência dela foi demolida por um vizinho. O caso ocorre na cidade de Itacaré, no sul da Bahia e está na Justiça.
O acesso para casa de Eneide Bahia de Souza é feito por uma escada de alumínio que a filha dela, Tâmara Bahia, colocou no lugar para poder deixar o imóvel com destino ao trabalho todos os dias.
“É por aqui que eu desço para poder ir trabalhar, ir pra médico. Não é fácil descer por uma escada de alumínio. Minha mãe, como é idosa, não tem como ela descer”, explica Tâmara.
Tâmara e a mãe ficaram sem o acesso à casa em setembro do ano passado, quando a escada de concreto foi demolida. O terreno onde ficava a escada é alvo de uma ação na Justiça.
“Em 2007, esse conflito já existia entre meu pai, que é falecido, e o vizinho. eles brigavam por um beco que dá acesso ao meu imóvel e a parte dos fundos do imóvel dele [do vizinho]. Em 2019, a oficial [de Justiça] deu ordem de integração de posse a ele, desse dia pra cá ele começou a fazer ameaça que ia demolir minha escada. Só que nessa reintegração de posse, não existia demolição. Ele ameaçou, veio e fez a demolição. Estou sem poder sair de casa, não tive nem o direto de exercer meu papel de cidadã e votar nas eleições”, desabafou Eneide.
Em nota, o advogado de Sergio Luiz Alves Santiago, vizinho de Eneide, informou que quando o cliente entrou com a ação de reintegração de posse na Justiça, em 2007, não havia escada no local. O acesso ao sobrado era pela frente e que a escada foi construída de forma irregular, aproveitando a ausência do cliente, que mora em Jequié, no sudoeste baiano e que fica a cerca de 167 km de Itacaré.
A nota diz ainda que uma liminar suspende a ordem de reconstrução da escada de alvenaria e que Sérgio Luiz está à disposição para esclarecimentos.
Enquanto o impasse continua, Eneide Bahia, que tem vários problemas de saúde, não consegue descer as escadas de alumínio pois o equipamento não proporciona qualquer segurança.
Parentes da idosa prestaram queixa na delegacia e no Conselho Regional de Engenharia da Bahia, após a demolição.
A Justiça, após ser acionada pela idosa, determinou a reconstrução da escada. Segundo a família, a decisão foi derrubada por uma liminar. Uma audiência estava marcada para esta semana, mas foi adiada, sem previsão de uma nova data.