Desde o surgimento de 42 casos de malária nas cidades de Itabela e Porto Seguro, no último dia 23, não há novos registros da doença no estado. Ao Bahia Notícias a Secretaria estadual de Saúde (Sesab) informou que segue monitorando os contaminados e atuando nas localidades. Até então já foram coletadas 27 amostras do mosquito vetor e nenhuma está contaminada, o que confirma a tese de que o primeiro registro aconteceu no Assentamento Margarida Alves, em Itabela, após uma pessoa infectada com malária chegar do estado do Amazonas
De acordo com a coordenadora estadual de doenças transmissíveis por vetores, Ana Cláudia Neves, dentre as ações de enfretamento, estão a coleta de exames e distribuição de mosquiteiros apropriados para casos de malária por conterem repelentes prolongados contra o mosquito do gênero Anopheles. “Também estamos executando ações de limpeza nos locais. Há uma lagoa onde o mosquito costuma ficar. Fizemos a limpeza do local, dos riachos e das matas. Também capturamos com armadilhas os mosquitos para coletar amostras. Já foram coletados 27 Anopheles e nenhum deles estava contaminado”, disse.
A coordenadora explica que o fato de nenhum vetor capturado estar contaminado é um bom sinal, mas ressalta a necessidade de não baixar a guarda. ” É algo para se preocupar porque pode agravar, o mais importante é identificar, diagnosticar e tratar o paciente para que ele não agrave. Vale lembra que o tratamento é totalmente gratuito pelo SUS. Então, caso a pessoa sinta dor de cabeça, febre, calafrios, deve buscar uma unidade de saúde”, disse.
De acordo com a Sesab, dos 7 Anopheles coletados, foram identificados tipos distintos do vetor, sendo eles 19 Anopheles albitarsis; 2 Anopheles evansae; 1 Anopheles strodei e 5 Anopheles darlingi. Ana Cláudia explica a necessidade de identificar os diferentes tipos do mosquito. “Assim conseguimos entender a gravidade da contaminação, dependendo do tipo [do mosquito] analisamos o tempo de tratamento do paciente. Também conseguimos entender os hábitos do mosquito, se ele prefere ficar mais dentro de casa ou fora, e o horário que eles picam que é geralmente no entardecer e no amanhecer. Por isso a gente pede para usar mosquiteiro, blusa de mangas compridas e roupas claras juntamente com repelente para evitar que ele se propague”, disse.
A Sesab informou que foram colhidas 260 lâminas para realização de exames de sangue para a malária. Já os mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração (MILD) foram instalados 148 de casal e 87 de solteiro.
A Sesab disse ainda que, a última vez que o estado registrou casos de malária foi em 2018, com 77 contaminados ao longo de todo o ano. Provocada por protozoários do gênero Plasmodium, a malária é inoculada no corpo humano a partir da picada do Anopheles já infectados. Entre os sintomas estão febre, calafrios, tremores, suor intenso e dores. (BN)