Jovem antivacina que processou escola após ser banido pega catapora nos EUA

Foto: CBS/BBC

Um adolescente americano que processou a escola onde estudava por ter sido banido de lá ao se recusar a tomar vacina contra catapora agora contraiu o vírus. Jerome Kunkel, de 18 anos, ocupou as manchetes dos jornais em abril pela sua malsucedida ação judicial contra o colégio Our Lady of Sacred Heart/Assumption Academy, na cidade de Walton, no Estado de Kentucky.

O advogado de Kunkel, Christopher Weist, disse à imprensa americana que o adolescente começou sentir os sintomas da catapora na semana passada. Em meio a um surto da doença, a escola que o jovem frequentava decidiu barrar todos os alunos que não aderissem à campanha de imunização.

O jovem havia se negado a tomar a vacina com base em argumentos religiosos. Na ação contra a escola, ele argumentou que a vacinação era “imoral, ilegal e pecaminosa” e que seus direitos estavam sendo violados.

O colégio decidiu impedir a entrada de alunos que não se imunizassem depois que 32 estudantes pegaram catapora. Weist disse à NBC News que seu cliente não se arrepende da decisão de não tomar a vacina, mesmo tendo contraído a doença depois.

“Ele tem crenças profundamente religiosas e sinceras”, disse Weist. “Ele sempre reconheceu o risco de pegar a doença e estava ok com isso.” O Departamento de Saúde do Norte de Kentucky decidiu banir alunos não imunizados de frequentar aulas e atividades extracurriculares em 14 de março. A escola de Kunkel seguiu essa determinação.

Um juiz de Kentucky concordou com os argumentos do departamento de saúde em abril, ao julgar o processo movido pelo jovem. O magistrado argumentou que o aluno de 18 anos não tinha o direito de frequentar aulas e jogar basquete nas dependências da escola sem ter tomado a vacina.

O pai de Jerome Kunkel, Bill Kunkel, argumenta que vacinas derivam de “fetos abortados”, o que contraria as crenças religiosas da família.
Alguns dos primeiros vírus usados para fazer a vacina na década de 1960 foram produzidos a partir de tecidos imaturos de fetos humanos abortados.

Alguns dos primeiros vírus usados para fazer a vacina na década de 1960 foram produzidos a partir de tecidos imaturos de fetos humanos abortados. Mas nenhuma nova célula humana foi utilizada desde então para produzir vacinas, dizem especialistas em epidemiologia e fármacos.

A Igreja Católica diz a seus membros que é moralmente justificável tomar essas vacinas, embora defenda que tratamentos alternativos sejam desenvolvidos sem usar “linhas celulares de origem ilícita”.
A catapora é uma doença altamente contagiosa que causa erupções na pele, coceira e febre, embora não costume ser fatal.

Antes de a vacina ser criada, cerca de 4 milhões de americanos contraíam a doença a cada ano, de acordo com o Hospital da Criança da Filadélfia. Agora, apenas 12 mil pessoas pegam a doença a cada ano nos Estados Unidos. (G1)

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