Jovem de 18 anos que vende lanches no Centro de S. A. de Jesus para ajudar a mãe disse que já sofreu preconceito

Foto: Voz da Bahia

A live do Voz da Bahia desta quarta-feira (6), entrevistou Ícaro Gabriel, z\;;edo ‘pega no batente’, às 5h da manhã vai ao Centro de Santo Antônio de Jesus de segunda à sexta vender lanches para ajudar sua mãe e seus irmãos financeiramente.

TRABALHA PARA AJUDAR A MÃE E OS IRMÃOS:

Ícaro, reside no bairro Urbis II, trabalha desde os 14 anos, estudante, sonha sempre em conseguir algo melhor. Através do programa “Meio-Dia e Meia” desta quinta-feira (06), o jovem revelou ao entrevistador Marcus Augusto suas lutas de vida. “eu desde cedo trabalho, quando estiver dando vou vendendo merendas, mas já tive experiência com lava-jato, limpeza de piscina e pintura de veículos. Hoje eu fico em frente da Central de Regulação comercializando lanches para ajudar minha mãe e comprar minhas coisas. Não nascemos em berço de ouro, por isto temos que trabalhar duro, eu ganho cerca de R$ 480,00 reais por mês. Hoje, minha maior dificuldade é em conseguir um emprego melhor, em uma loja ou mercado, é difícil para mim”, contou.

PRECONCEITO:

Gabriel falou também sobre sua dificuldade enquanto vende lanches no Centro do município e como lida com pessoas preconceituosas, “até o momento, fui apenas uma vez discriminado por uma senhora que deixou de comprar lanche comigo, ela me olhava de forma estranha. Eu creio que seja porque a cor dela é clara e a minha é negra. Neste dia, um rapaz me apoiou e disse a ela: ‘não vai comprar o lanche com o garoto só porque ele é negro, mas se ele estivesse roubando?’ Ela ficou quieta me olhou, fechou a cara e não comprou o salgado na minha mão e foi embora. Eu não liguei, deixei pra lá, existem pessoas assim que olham muito a cor da pele, isso ainda existe, entrego nas mãos de Deus”, esclareceu.

OS LANCHES:

A venda de merendas é também uma das várias formas que os ambulantes do município conseguem tirar para ter uma renda extra. Ícaro contou na entrevista, que consegue os lanches com seu patrão em um estabelecimento comercial, e anda a comercializá-los pela cidade e retorna com o lucro no fim da semana, “esse início de ano está sendo o melhor mês para vender. O turno da manhã é onde minhas vendas bombam devido a quantidade de pessoas querendo marcar exames, principalmente o pessoal da zona rural. Quando dá 14h, eu fecho o carrinho e vou embora. Todos os lanches são feitos na hora, saem quentinhos em um estabelecimento comercial que fica na Rua da Linha, eles fazem lanches todos os dias. Vendo coxinha, banana-real, croissant e outros de primeira. Eu entrego o dinheiro para o rapaz que vende os salgados e doces e no final ele me paga mais ou menos R$ 120,00 reais por semana”, declarou.

VIDA HONESTA:

Por fim, o menino falou sobre ter uma vida honesta, com trabalho e estudo, “conheço pessoas que se encontram no caminho das drogas e essa vida não leva ninguém a nada. O melhor é procurar uma escola em primeiro lugar, um trabalho, ajudar a mãe e o pai dentro de casa, fazer tudo com verdade e amor. Neste momento eu quero agradecer a vocês do Voz da Bahia, por essa oportunidade de poder ter contado um pouco da minha história e levá-la para outros lugares distantes com esse carinho e atenção”, concluiu.

Reportagem: Voz da Bahia

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