A realidade social do mundo atual não é a mesma do passado. Transformações culturais profundas, especialmente a partir das décadas de 60 e 70, alteraram o modo como a sociedade enxerga o relacionamento com Deus e consigo mesmo, e isso tem se provado nos jovens que deixam a Igreja de Cristo no início da vida, mas não retornam quando estão mais velhos.
Essa realidade foi constatada por uma pesquisa elaborada pelo Barna Group. O estudo incluiu pessoas de grupos nascidos entre 1965-1969, 1975-1979 e 1980-1984, apontando que a partir de 1970 houve uma mudança significativa no comportamento das pessoas.
Antes disso, a maioria dos jovens que deixavam a Igreja cedo retornavam depois de mais velhos. Segundo o pastor Ryan Burge, professor assistente de ciência política na Eastern Illinois University, isso ocorria porque “as pessoas se acalmam, têm filhos e voltam à igreja”.
Em uma geração onde a família e seus valores não são mais prioridades para muitas pessoas, assim como o ensino de algumas igrejas não é mais o mesmo, essa tendência de retorno à prática da fé se inverteu. Agora, segundo o estudo, os jovens que saem da Igreja tendem a não voltar mais para ela.
“Essa linha de tendência é completamente plana; essas pessoas não retornaram à igreja quando chegam aos 30 anos”, analisou Burge. “A marca registrada do ‘retorno à igreja’, da qual pastores e líderes religiosos têm se apoiado há décadas, pode estar desaparecendo”.
“Muitos pastores estão no púlpito no domingo e vêem cada vez menos membros de seus ex-grupos de jovens retornando aos bancos quando chegam aos 20 e 30 anos. Nenhuma igreja deve supor que essa parte crucial da população retornará à condição de membro ativo como seus pais fizeram”, destacou Burge.
O pastor então faz um alerta aos líderes cristãos, para que entendam melhor a atual geração, a fim de evitar a saída dos jovens do ambiente onde o ensino bíblico é fundamental para sustentar a caminhada cristã.
É possível também que nesse contexto, o ensino correto das Escrituras Bíblias, focado em uma doutrina cristocêntrica, mais profunda e não superficial – baseada em atrativos que priorizam mais experiências emocionais imediatas e não o relacionamento com Deus – seja um diferencial que precise ser resgatado.
“Os dados estão falando uma mensagem clara: as suposições que sustentaram o crescimento da igreja de duas décadas atrás não se aplicam mais”, disse o pastor, segundo informações do portal The Christian Post.
“Se as igrejas estão sentadas, apenas aguardando a chegada de todos os seus jovens quando chegarem aos 30 anos, é melhor que despertem. A inércia agora pode estar criando uma igreja que não tem um futuro forte”, conclui.
Por Will R. Filho – Gospel +