O julgamento civil do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump continua em Manhattan, nesta terça-feira (3), em um caso que ameaça desmantelar partes de seu império empresarial e reduzir drasticamente sua capacidade de fazer negócios em Nova York.
Trump, o principal candidato à indicação presidencial republicana para as eleições presidenciais norte-americanas de 2024, é acusado, junto de seus dois filhos e quase uma dúzia de parceiros de negócios, de inflar o valor de seus ativos em bilhões de dólares para garantir termos de empréstimo e seguro mais favoráveis.
A procuradora-geral do Estado de Nova York, a democrata Letitia James, quer pelo menos US$ 250 milhões em multas, uma proibição permanente contra Trump e seus filhos Donald Jr. e Eric de administrarem empresas em Nova York e uma proibição de cinco anos para atuação no setor imobiliário contra Trump e a Trump Organization.
O julgamento ocorre uma semana depois que o juiz Arthur Engoron, que está presidindo o caso, decidiu que Trump cometeu fraude e cancelou certificados comerciais de empresas que controlam partes valiosas de seu portfólio, incluindo a Trump Tower e a 40 Wall Street em Manhattan. Engoron disse que nomearia administradores para supervisionar a dissolução dessas empresas.
Trump negou qualquer irregularidade e seus advogados disseram que vão recorrer.
Trump compareceu ao julgamento na segunda-feira (2), entrando na sala de audiências com sua expressão característica e um grupo de agentes do serviço secreto, após passar pela polícia que revistava manualmente as bolsas dos repórteres e do público presente.
Ele se sentou curvado sobre a mesa de réu e ocasionalmente falou com seus advogados enquanto Kevin Wallace, um advogado do escritório de James, o acusava de “mentir ano após ano” nas declarações financeiras que forneceu a credores e seguradoras de 2011 a 2021.
O advogado de Trump, Christopher Kise, disse durante sua declaração de abertura que as avaliações de Trump, na verdade, subestimaram o valor de seus ativos e foram baseadas na perspicácia comercial que lhe permitiu construir “um dos impérios imobiliários mais bem-sucedidos do mundo”.
Nos últimos meses, Trump tem usado seus crescentes problemas legais como fonte de arrecadação de fundos para sua campanha presidencial, afirmando, sem provas, que os democratas estão usando processos judiciais falsos para impedi-lo de retornar à Casa Branca.
Trump foi indiciado em Washington por seus esforços para reverter sua derrota na eleição de 2020; na Geórgia por suas ações para alterar a contagem de votos no Estado; na Flórida por manuseio de documentos confidenciais ao deixar a Presidência e em Nova York por suborno a uma estrela pornô.
Ele negou qualquer irregularidade e se declarou inocente em todos os quatro casos.
(Agência Brasil)