A Justiça argentina acusou a médica brasileira Juliana Magalhães Mourão de coautoria na morte da modelo baiana Emmily Rodrigues Gomes, que caiu do sexto andar de um apartamento em Buenos Aires em março de 2023.
Durante uma audiência realizada nesta semana, a acusação alegou que a médica teria abandonado sua amiga, sem prestar socorro, uma ação agravada pela sua formação profissional.
Juliana Mourão, que inicialmente era tratada como testemunha no caso, agora enfrenta um processo judicial ao lado do empresário argentino Francisco Sáenz Valiente, proprietário do apartamento onde ocorreu o incidente. Sáenz Valiente também é suspeito de ser responsável pela morte de Emmily.
A defesa da família de Emmily, representada pela advogada Raquel Hermida, aponta que tanto Sáenz Valiente quanto Juliana Mourão são responsáveis pelo crime.
“Juliana tinha uma relação estável com o empresário e era a única em quem ele confiava. O indiciamento rompe a estratégia da defesa e nos permite afirmar que a morte de Emmily foi um homicídio cometido por duas pessoas. Juliana não foi cúmplice, foi coautora”, afirmou Hermida.
A médica será interrogada no dia 4 de dezembro. Embora a Promotoria argentina a acuse apenas de abandono de pessoa, a defesa da família de Emmily alega que o caso envolve ainda mais crimes, como feminicídio e abuso sexual. “Mesmo que condenada por abandono de pessoa, Juliana pode perder o direito de exercer a profissão”, destacou Raquel Hermida.