A atriz Larissa Manoela deu detalhes do rompimento com os pais motivado pela administração da sua carreira. Em entrevista ao Fantástico, a atriz revelou que não tinha acesso livre à sua renda e que precisa de autorização dos pais para gastar o próprio dinheiro.
Larissa contou que começou a se interessar sobre o negócio quando completou 18 anos, e que começou a questionar mais os pais no ano passado. Ela buscou um escritório de advocacia e pediu ao contador os contratos sociais das três empresas das quais era sócia.
A primeira delas, Dalari, foi aberta pelos pais quando ela tinha 13 anos, em outubro de 2014 e concentra a maior parte dos contratos da atriz. Em outra gravação feita por Larissa, no fim do ano passado, o pai e a mãe afirmam que os três tinham cotas iguais, de 33%, nesta empresa. Mas na verdade, não era bem assim – Larissa diz que descobriu que a porcentagem que ela tinha era de 2% da cota e, os pais, 98%.
Já a segunda empresa, aberta em junho de 2020, pertencia só à Larissa. Mas uma cláusula dizia que os pais tinham plenos poderes para tomar decisões sem prévia autorização da filha.
A terceira empresa é uma holding dividida em três partes iguais, criada em maio do ano passado para reunir todo o patrimônio que estava na primeira empresa – o que nunca aconteceu, segundo Larissa.
Autorização e mesada
“Qualquer tipo de pagamento, fosse uma passagem aérea, a compra de algo mais supérfluo, eu tinha que pedir autorização”, revela. Ela apresentou uma troca de mensagens com a mãe, em outubro de 2022, pouco depois do fim da novela Além da Ilusão, em que tinha sido protagonista. A atriz pede R$ 10 para pagar um milho na praia. Silvana responde dizendo que não há saldo na conta da filha e manda o dinheiro para o pix do vendedor.
Um mês depois, Larissa pede dinheiro ao pai em um áudio. “Pai, você consegue fazer uma transferência pra minha conta pra eu pagar um milho, um sorvete, um mate aqui na praia, por favor?”
Após os questionamentos, a relação entre a filha e os pais foi se fragilizando. Em uma conversa gravada por Larissa no fim do ano passado, a mãe reclama dessas cobranças. “Quer me chamar de mercenária, pode chamar. Mas o que eu não vou abrir mão de um centavo é cuidar do seu dinheiro. O resto, você pode fazer aquilo que você quer”, diz a mãe no áudio.
Em março, Larissa e os pais se reuniram na presença de advogados para tentar uma redistribuição na sociedade das empresas. Os pais concordaram com a divisão meio a meio da empresa mas, segundo Larissa, desde que ganhassem 6% da renda da filha pelos próximos 10 anos.
Sem acordo, sem respostas, o rompimento foi inevitável. “E eu cheguei a falar isso pro meu pai. Eu falei: ‘eu prefiro perder o empresário do que perder o meu pai’. Eu a todo instante tentei fazer com que essa conversa, esse assunto, ele fosse desdobrado de uma maneira simples”, desabafa.
Larissa conta que decidiu abrir mão de um patrimônio estimado em R$ 18 milhões e que deixou tudo para os pais. Eles até agora não assinaram o distrato das sociedades nas duas empresas. A atriz teve que notificá-los extrajucialmente.
“A minha decisão de abrir mão de todo o meu negócio é porque eu tenho a plena certeza de que o meu caminho, ele vai me trazer grandes conquistas. Eu tenho só 22 anos. Eu tenho a plena consciência de que essa minha escolha é pra dar o conforto necessário para os meus pais”, pondera.
Em nota enviada ao Fantástico, a defesa de Gilberto e Silvana Elias dos Santos, pais da atriz, afirma que Larissa Manoela falta com a verdade quando diz que não sabia qual era o percentual dela na empresa Dalari, já que assinou uma alteração contratual em janeiro de 2020 na qual constava clara e expressamente o percentual de 2%. Segundo o advogado, também não é verdade que Larissa não tinha acesso a dinheiro no dia a dia, porque ela sempre teve e utilizou seus cartões de crédito com os quais sempre pôde comprar tudo que desejou.
De acordo ainda com a nota, a atriz distorce a realidade quando diz que tem dificuldade para negociar a saída das sociedades com os pais, uma vez que as notificações formais só foram recebidas por eles no início de agosto. E que os pais estão dentro do prazo para as providências legais.
(Correio)