A queda do bimotor Cessna 550, que matou cinco pessoas, incluindo o ex-piloto de Stock Car, Tuka Rocha, na Península de Maraú, no litoral da Bahia, foi ocasionada por conta de “falha do piloto. Quem comandava a aeronave era Aires Napoleão Guerra, então com 66 anos.
Segundo a Piauí, nas quarenta páginas, o laudo do Cenipa explica que o piloto demorou a perceber o grau de proximidade entre a aeronave e a pista, e a demora prejudicou sua capacidade de corrigir o erro “em tempo hábil de evitar a colisão com o solo”.
Um dos fatores que contribuíram para essa lentidão é que o piloto dividia “sua atenção entre a atuação nos comandos da aeronave e a supervisão das atividades do copiloto” – o jovem Fernando Oliveira Silva, 26 anos na data do acidente – porque tinha “pouca confiança (…) em relação ao desempenho do copiloto”. Os dois, diz o laudo, tinham “baixo nível de entrosamento”, aponta o laudo.
De acordo com a Piaí, o laudo ainda especula que a largura da pista de pouso – de apenas 23 metros – pode ter prejudicado o desempenho da tripulação. Como a pista era “provavelmente mais estreita do que o usual para os pilotos envolvidos no acidente”, os pilotos podem ter tido “a ilusão de que aeronave se encontrava mais alta do que realmente estava em relação à distância da cabeceira”. Por isso, o bimotor pousou antes da pista, o que danificou o jato, produziu o fogo e a explosão. O piloto Guerra foi o menos ferido de todos.
Procurado pela reportagem, e por telefone, ele disse que não comentaria o caso, “porque tem muitas inverdades e narrativas inverídicas”. Sugeriu então que seu advogado fosse procurado e disse que mandaria o contato por mensagem – o que não aconteceu até o fechamento desta reportagem. O copiloto, com queimaduras graves, morreu dez dias depois do acidente. (BN)