Marcas direcionadas ao público infantil criam estratégias para aproveitar a data para elevar os negócios
No cotidiano de quem trabalha com o comércio, as datas comemorativas são oportunidades para alavancar as vendas e conquistar clientes. Neste segundo semestre, um dos grandes eventos que movimenta a economia é o Dia das Crianças.
Para os empresários que comercializam produtos para os pequeninos, esse momento sazonal se converte em uma grande chance de sucesso para o empreendimento. Por isso, as marcas direcionadas ao público infantil já têm se planejado e pensado estratégias para não deixar o boom econômico da ocasião passar em branco.
É o caso do Grupo Ri Happy, que atua no segmento de brinquedos com a comercialização de artigos em lojas de mesmo nome e também na PBKIDS. De acordo com a diretora de marketing, Carolina Braune, o 12 de outubro sempre foi uma peça-chave para fazer com que a marca aumentasse as vendas, e o histórico dos últimos anos é positivo. Para este ano, as expectativas também são boas. “Esperamos manter o crescimento das vendas, ainda mais robusto, no período”, diz Carolina.
Como estratégia para atender a demanda na época, uma das apostas do Grupo Ri Happy é reforçar a equipe. Por isso, quase 2,4 mil colaboradores temporários serão contratados e seguirão com o contrato ativo até 15 de outubro. Mas não é só isso. Segundo Carolina, outras ações também estão sendo aplicadas em prol da conquista de resultados positivos em uma das datas comerciais mais importantes do ano.
“Preparamos todos os nossos times para esse período com um portfólio de produtos para atender os perfis de todos os nossos clientes. Além disso, a nossa estrutura digital e e-commerce também serão reestruturadas para atender o crescimento da demanda”, explica a diretora de marketing.
A loja de brinquedos Brinkarr, localizada no Shopping Bela Vista, também já começou a estruturar táticas para suprir a procura pelos artigos infantis na data. De acordo com o gerente comercial, Lucas Costa, 35, o Dia das Crianças é aguardado o ano inteiro pelos lojistas do segmento, principalmente por ser um momento propício para a recuperação econômica do cenário gerado pela pandemia. Nesse contexto, a empresa também tem investido em novas contratações para não ter déficit de pessoas no momento de prestar suporte ao consumidor.
“Para este período estamos acreditando em uma grande movimentação no shopping, aquecimento no comércio e crescimento nas vendas. Por isso, já estamos gerando colaboradores temporários para reforçar nosso atendimento aos clientes”, explica Lucas.
Online e estoque
O gerente comercial também diz que a expectativa é que as vendas da Brinkarr aumentem 40% em relação ao primeiro semestre. Para isso, a comunicação online tem sido o principal foco de ação. “Temos com essa estratégia um custo baixo se comparado com outras formas de vender impulsionar o produto, e o retorno é grande”, diz Lucas. Na internet, a marca aplica ações como “fazer vídeos para as redes, acompanhado as tendências de música, estilos, efeitos, performances. Temos também contratado influenciadores para fortalecer nossa marca e apresentar produtos” acrescenta.
Outro ponto fundamental que deve ser considerado quando o assunto é atender a demanda de uma data comercial é o estoque de produtos. Sendo assim, ficar de olho nos lançamentos do setor de brinquedo e fazer compras para compor a cartela de artigos da empresa é essencial. Isso, segundo Lucas, é o que faz a Brinkarr.
“Como estamos no mercado há mais de 20 anos, já temos a experiência de que os lançamentos e tendências acontecem na ABRIN, maior feira do ramo da América Latina, que acontece normalmente em abril. Desde a época, nós vamos comprando os lançamentos, vendo os resultados que dão, fazendo apostas e analisando a recepção dos clientes na loja. Dessa forma, o nosso estoque é construído para o 12 de outubro”, esclarece Lucas.
Com expectativa de aumento de 50% das vendas, a loja Amora Brinquedos, especializada em produtos e brinquedos antirracistas, já começou os preparativos para o Dia das Crianças. De acordo com a idealizadora da marca, Geo Nunes, a expectativa é que as vendas do artigos quebrem as barreiras geográficas e alcancem pessoas que residem fora da capital baiana.
“O intuito é que as bonecas e bonecos negros e brinquedos antirracistas cheguem em um número ainda maior de lares, tanto aqui em Salvador, cidade com maior contingente de população negra fora do continente africano, quando no país inteiro, pois enviamos nossos brinquedos para todo o Brasil”, ressalta a empreendedora social.
O principal canal de comunicação e vendas da Amora Brinquedo é o site. É nesse portal que a loja tem apostado para alavancar as vendas e disseminar a mensagem sobre educação antirracista. Em ambos os sentidos, o retorno tem sido bom.
“Mais do que vender, o nosso foco é Educar. Educar professoras oferecendo material lúdico pedagógico afrocentrado, assim como crianças, cuidadoras e cuidadores. Então, a nossa estratégia tem sido ofertar em todos nossos canais de comunicação conteúdo e informação de qualidade sobre uma educação para diversidade. Nossos clientes podem se cadastrar na nossa newsletter, que está disponível no nosso site, ou se inscrever no Clube Amora para ter acesso a todo esse conteúdo e a promoções exclusivas para assinantes”, destaca Geo.
Crianças e adultos
Apesar do Dia das Crianças, como o nome diz, ser direcionado aos pequeninos, quem compra para presenteá-los são os adultos. Então, os lojistas não podem esquecer de se comunicar com essa categoria. É o que explica o orientador de negócios e gestor de atendimento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae- BA), Wagner Gomes.
“As estratégias de divulgação devem ser bem pensadas para atingir cada público, uma vez que, a mesma postagem que conquista uma criança, pode não conquistar a mãe”, explica o especialista.
Wagner também destaca que a oferta de brinquedos, jogos, roupas, produtos e serviços infanto-juvenil em geral precisa ser muito bem conduzida. Para isso, preparar com antecedência os estoques e observar no cenário atual o que está ‘na cabeça da criançada’ é essencial. Ele também diz que é importante “ofertar produtos que podem ser para pais mais permissivos, como celulares e aparelhos eletrônicos, mas também brinquedos, jogos ou livros, para aqueles filhos de pais mais conservadores ou tradicionais”.
Além disso, o especialista pontua que a presença online é muito importante e que os empreendedores devem estar atentos às redes sociais digitais e articular ações nelas. Os empresários também devem tomar cuidado para não cometer erros graves em uma época tão importante para o comércio. Esses, segundo Wagner, seriam: “Anúncios que peçam para a criança comprar algo ou que a induza a pedir para os pais, assim como parcerias com influenciadores digitais menores de 18 anos”. (Atarde)