O presidente Lula (PT) minimizou, nesta quinta (13), em Genebra, a decisão da Polícia Federal de indiciar o ministro das Comunicações Juscelino Filho por supostos crimes em esquema de corrupção.
O petista adiou sua decisão sobre a exonerar ou não o acusado desviar emendas parlamentares para seus redutos eleitorais, com o argumento de que o ministro indicado pelo União Brasil será ouvido por ele ainda hoje, porque “tem o direito de provar que é inocente”.
Lula ignora o cerco da PF, um dia depois de a corporação expor ao Supremo Tribunal Federal (STF) indícios de que Juscelino Filho teria atuado em desvios de emendas parlamentares através da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
A suspeita é de que o ministro de Lula tenha cometido os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
“Eu acho que o fato do cara ser indiciado não significa que o cara cometeu um erro. Significa que alguém está acusando, e que a acusação foi aceita.
Agora, eu preciso que as pessoas provem que são inocentes e ele tem o direito de provar que é inocente. Eu não conversei com ele ainda, eu vou conversar hoje [quinta-feira, 13] e vou tomar uma decisão sobre esse assunto”, disse Lula, ao ser abordado na Suíça.
O caso será relatado, no STF, pelo ministro Flávio Dino, que foi colega de Juscelino Filho no governo petista, ao comandar a pasta da Justiça e da Segurança Pública, á qual a PF era subordinada.
Mas ainda passará pelo crivo da Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve decidir se denuncia ou não o ministro de Lula, com a possibilidade de arquivar o inquérito ou pedir novas diligências para a PF aprofundar investigações.
Pressionado pela oposição para perder seu cargo, Juscelino é deputado federal licenciado e foi acusado, entre outras irregularidades, de destinar recursos de emenda parlamentar para uma estrada que tem 80% de sua extensão beneficiando exclusivamente suas fazendas, no município de Vitorino Freire (MA).
A cidade é comandada por sua irmã, a prefeita Luanna Rezende, também investigada.
Fonte: Diário do Poder