O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera, nesta sexta-feira (20), no Palácio da Alvorada, a última reunião ministerial de 2024. O encontro ocorre em um momento de tensão no governo, marcado por rumores de uma reforma ministerial e pela aprovação de um pacote de corte de gastos que gerou divisões no Congresso.
Diferente das reuniões anteriores, o encontro de hoje será mais informal, com clima de confraternização entre os 38 ministros. Além deles, líderes do governo e presidentes de bancos públicos também devem participar.
Pacote de corte de gastos enfraquecido
Na quinta-feira (19), o Congresso aprovou grande parte do pacote de contenção de despesas apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Porém, as medidas sofreram alterações significativas, reduzindo o impacto financeiro esperado.
Entre as mudanças, parlamentares blindaram emendas obrigatórias contra bloqueios, flexibilizaram ações contra supersalários, e derrubaram propostas envolvendo o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF).
Para garantir a aprovação, o governo intensificou a articulação política, mobilizando ministros e negociando a liberação de emendas extras para obter apoio das bancadas.
Reunião no Alvorada e saúde do presidente
Tradicionalmente realizada no Palácio do Planalto, a reunião foi transferida para o Alvorada, residência oficial do presidente. Lula segue em recuperação após uma cirurgia de emergência por hemorragia na cabeça, realizada em São Paulo.
Liberado pelos médicos na quinta-feira (19), o presidente voltou a Brasília, mas ainda evita atividades físicas e optou por um evento mais breve. A expectativa é de que o encontro dure menos do que os anteriores, como a reunião de nove horas realizada em março.
Avaliação e cobranças
A reunião ministerial será dedicada ao balanço das atividades de cada pasta, com os ministros apresentando suas principais realizações. Nas reuniões anteriores, Lula cobrou ações como redução no preço dos alimentos, ampliação de crédito para a população mais pobre e estímulos à classe média para aquisição de imóveis.
Além disso, o presidente orientou seus auxiliares sobre as eleições municipais de 2024, pedindo apoio a candidatos aliados, mas recomendando evitar ataques a adversários.
Este será o terceiro encontro do tipo em 2024, encerrando um ano marcado por desafios econômicos e políticos para o governo federal.