O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recusou convite para participar da Marcha para Jesus em São Paulo, marcada para acontecer durante o feriado de Corpus-Christi, nesta quinta-feira (8/6). O chefe do Executivo enviou uma carta ao idealizador do evento, o apóstolo Estevam Hernandes, em que agradece o aceno, mas declara que não poderá participar da manifestação religiosa.
“Sempre admirei e respeitei a Marcha para Jesus, que considero uma das mais extraordinárias expressões de fé do nosso povo”, afirma o presidente em um trecho do documento enviado ao apóstolo.
Lula afirma que um dos seus “maiores orgulhos” como presidente foi ter sancionado a lei que cria o Dia Nacional da Marcha para Jesus, em 2009. “Todo ano, milhões de pais, mães, crianças e adolescentes se reúnem para louvar aquele que tantos ensinamentos trouxe à humanidade”, destaca trecho da carta assinada pelo presidente.
Com a recusa, o chefe do Executivo declara que será representado no evento pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e pelo advogado-geral da União Jorge Messias.
A tradicional Marcha para Jesus de São Paulo está marcada para a manhã desta quinta e espera receber milhões de pessoas pelo trecho da zona norte da cidade, entre a estação de metrô Luz até a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, próximo ao Campo de Marte.
O evento religioso foi utilizado como palanque pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no ano passado que discursou a favor da família e contra a liberação das drogas e do aborto. O ex-mandatário foi o primeiro chefe do Executivo a comparecer à celebração evangélica.
“Somos conta o aborto, a ideologia de gênero e a liberação de drogas. E somos defensores da família brasileira”, afirmou o então presidente em cima de um trio elétrico seguido por um cortejo com outros 10 caminhões.
Segundo a organização do evento, este ano são esperados mais de oito mil caravanas e 10 trios elétricos com participações especiais.(Metropoles)