Maguila é lembrado nas redes por fala sobre homossexualidade e por carisma na TV; “não é doença”

O homem, o viado [sic] não é uma doença. Ele nasceu com o dom de ser viado e de transar com homens. Então, não acho que seja uma doença. A pessoa já nasceu com esse dom”, afirma.

Após a morte do ex-boxeador Maguila, aos 66 anos, momentos importantes da vida do esportista voltaram a ganhar destaque. Em um deles, o ex-lutador aparece em uma entrevista saindo em defesa da comunidade LGBTQIA+ e diz que homossexualidade “não é doença”. A gravação tem mais de 30 anos.

Na entrevista concedida em 1992, Maguila é questionado se acha que “homossexualismo [sic] é uma doença” ou é “uma coisa normal”. Com seu jeito popular e sem rodeios, o ex-lutador surpreende os presentes ao tratar o assunto com respeito. “Para mim esse negócio de homossexualismo [sic] é para quem sabe ler e quem inventou esse nome científico. Eu não tenho estudo. O homem, o viado [sic] não é uma doença. Ele nasceu com o dom de ser viado e de transar com homens. Então, não acho que seja uma doença. A pessoa já nasceu com esse dom”, afirma.

Maguila cita como exemplo o apresentador Leão Lobo, presente na entrevista. “E outra coisa que eu discordo do pastor é o seguinte, que quando Deus coloca o filho dele na Terra, todos nós temos um destino. O Leão Lobo já teve esse destino, não vai dizer que começou depois de grande. Ele começou desde pequeno e já tinha seu jeitinho. Então, Deus que fez ele assim. A gente não pode ser contra”, defendeu.

Em outro momento, Maguila responde o que diria aos filhos se visse duas pessoas do mesmo sexo se beijando. “Sinceramente, eu tenho um filho de cinco anos, se eu ver um homem beijando outro e ele vier me perguntar ‘pai, o que é isso, homem beijando outro?’, eu vou dizer: ‘os dois são viados [sic]’. O que eu posso fazer? Se ele perguntar eu digo ‘É quando dois homens se beijam’. Eles querem beijar, tudo bem”, concluiu.

Maguila morreu nesta quinta-feira (24/10), aos 66 anos. José Adilson Rodrigues dos Santos, como era seu nome de batismo, foi vítima de demência pugilística. Ele sofria de Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), uma doença incurável, similar ao mal de Alzheimer, causada por golpes frequentes na cabeça – motivo pelo qual atinge muitos lutadores.

Filho do lutador, o artista Júnior Ahzura foi um dos que compartilharam o vídeo. Abertamente gay, Júnior postou mensagem com elogios ao pai. “Orgulho ter um pai que sempre me aceitou e respeitou! Mais que um herói nacional, meu pai!”.

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