Mais de 215 mil crianças foram abusadas por padres e religiosos católicos na França

Jean-Marc Sauvé, líder da comissão, entrega relatório sobre investigação ao monsenhor Éric de Moulins-Beaufort (D), presidente da Conferência Episcopal da França - (crédito: Thomas Coex/AFP)

A Igreja Católica na França apresentou um relatório em que admite que mais de 215 mil crianças foram abusadas sexualmente por padres e bispos ao longo dos últimos 70 anos.

Uma investigação minuciosa sobre fatos ocorridos desde 1950 concluiu que aproximadamente 2.900 e 3.000 clérigos são considerados suspeitos de pedofilia.

O número de vítimas, no entanto, sobe para 330 mil se forem considerados os casos que tinham como acusados “agressores leigos que trabalham em instituições da Igreja Católica”, nomeados nas capelanias, professores nas escolas católicas ou em movimentos juvenis.

O relatório foi apresentado pelo presidente da Comissão Independente sobre os Abusos da Igreja (CIASE), Jean-Marc Sauvé, durante um pronunciamento feito à imprensa. Ele ponderou, no entanto, que o número de abusos sexuais praticados pelo clero francês representa 4% de todos os casos dessa natureza em toda sociedade francesa no mesmo período.

De acordo com informações da emissora portuguesa RTP, Sauvé considera que “o problema ainda não foi superado”, o que indica que ainda há casos ocorrendo nos dias atuais no seio da Igreja Católica no país.

A Comissão também expressou sua indignação com o fato de que, durante anos, a Igreja demonstrou sempre “completa indiferença” em relação às vítimas até à década de 2000, quando a postura diante das acusações mudou.

A iniciativa de investigação foi tomada por bispos católicos franceses em finais de 2018 para investigar os abusos sexuais e tentar assim restaurar a confiança pública na Igreja.

pós a apresentação do relatório da Comissão, o monsenhor Eric de Moulins-Beaufort, chefe da Conferência dos Bispos da França, pediu perdão às vítimas de abuso sexual por parte do clero, e disse que ele e seus colegas queriam expressar às vítimas a sua vergonha pelos abusos revelados no relatório.

por Tiago Chagas / Gospel + / Via Correio Braziliense

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