Malafaia será homenageado na Alba por defender heteronormatividade; Comunidade LGBT organiza protesto contra a entrega 

O projeto que concede a homenagem a Malafaia é de autoria do deputado Samuel Júnior (Republicanos) e foi aprovado em plenário no último dia 16 de agosto

O pastor Silas Malafaia será homenageado pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) com a Comenda Dois de Julho, a mais alta honraria da Casa. O anúncio foi feito na edição desta terça-feira (17) do Diário Oficial do Legislativo.

O projeto que concede a homenagem a Malafaia é de autoria do deputado Samuel Júnior (Republicanos) e foi aprovado em plenário no último dia 16 de agosto, com apenas dois votos contrários: do deputado Hilton Coelho (PSOL) e da deputada Fabíola Mansur (PSB).

Na justificativa da homenagem, o parlamentar destacou a atuação de Malafaia na defesa da heteronormatividade, conceito que defende que apenas relacionamentos heterossexuais devem ser considerados normais.

“Ele tem sido muito criticado, odiado e perseguido por alçar a sua voz em suas redes sociais e programas de televisão em favor da família, da heteronormatividade, combatendo a liberação de drogas e o aborto. Pelo bem que traz às famílias brasileiras como um todo, propomos a aprovação desta merecidíssima honraria”, diz o deputado na justificativa do projeto, protocolado em 2021.

A Comenda Dois de Julho é uma homenagem concedida pela Alba como uma forma de reconhecimento para personalidades que contribuíram para o desenvolvimento político e administrativo e a luta em defesa das liberdades do povo da Bahia. A data e o horário da sessão de entrega da honraria ainda não foram definidos.

PROTESTO

A ideia é organizar a comunidade em torno de um objetivo em comum – impedir a entrega da Comenda a Silas -, e também levar a insatisfação com a homenagem ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). 

Uma das organizadoras do movimento é Sandra Muñoz, coordenadora da Casa Marielle Franco Brasil e do Movimento Negro Unificado da Bahia. “É um cara que vem realizando violências, principalmente contra nós, LGBTs, com esse negócio de heteronormatividade. Com a questão do aborto, ele persegue nós mulheres, e a gente precisa de falar sobre isso e de outras violências. É um cara que faz miséria com a gente”, diz ela.

Desde o início do movimento, algumas entidades se aliaram à proposta. A Associação de Docentes da Universidade Estadual da Bahia (Aduneb) divulgou uma nota criticando a homenagem (leia mais abaixo). Sandra diz que está mantendo diálogo com lideranças da Ufba e também tem expectativa que a universidade se manifeste, assim como Diretórios Centrais de Estudantes (DCE).

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