Marido de grávida que perdeu bebê ao ser baleada em operação da PM cita trauma ao falar que filho de 2 anos estava com vítima: ‘Vai crescer com isso’

Foto: reprodução

O marido da jovem Jussileni Santana Juriti, de 26 anos, que foi baleada em uma operação da Polícia Militar no bairro de São Tomé de Paripe, em Salvador, contou que o filho mais novo do casal estava com ela, quando foi atingida pelos disparos.

Jussileni estava grávida de sete meses do terceiro filho do casal, e perdeu o bebê. O caso aconteceu na segunda-feira (17) e ela foi baleada três vezes, um dos disparos atingindo a barriga. Ângelo Esquivel, o esposo, relata que a criança que estava com Jussileni tem apenas dois anos, e ficou suja com o sangue dela após os tiros.

“Eu não desejo para ninguém o que eu estou sentindo, o que eu estou passando. Eu só quero punição para esses policiais. Nós sabemos que não vai trazer a vida do meu filho [bebê que estava na barriga] de volta, mas eles devem pagar pelo que eles fizeram. Policiais despreparados. Eles viram que na rua tinha mãe de família, tinham crianças”.

“Quando minha esposa foi baleada, meu filho de 2 anos estava com ela. Se melou todo de sangue. Esse menino já vai crescer com isso na mente”.

Nesta quarta-feira (18), Jussileni segue internada no Hospital do Subúrbio, em estado grave. A jovem precisa de transfusão de sangue. Segundo Ângelo, por causa dos tiros, ela perdeu um dos rins e também teve o intestino grosso afetado.

“Ela ainda está no Hospital do Subúrbio internada, precisando de doação de sangue, porque perdeu muito sangue. Dos quatro disparos que os policiais atiraram, três atingiram ela. Um no braço, um na barriga e um na costela. Esse da barriga foi fatal para o bebê. Os médicos ainda tentaram reanimar, mas não conseguiram. O outro disparo efetuado nela, ela perdeu um de seus rins, afetou uma parte do intestino grosso dela”.

“Eu sou um pai de família pedindo justiça. Assim como foi com a minha esposa, com meu filho, eu não desejo isso para ninguém. Mas, se não chamar atenção das autoridades, das medidas cabíveis para serem tomadas, eles [policiais] vão continuar nas ruas, fazendo maiores besteiras ainda”.

O caso ainda não foi registrado na Corregedoria da Polícia Militar, porque a família estava ocupada com a situação de Jussileni no hospital. No entanto, o marido garante que o órgão será procurado nesta quarta-feira.

“Nós vamos hoje na corregedoria, porque o momento ontem foi muito corrido. Preocupação com ela, indo para hospital”. (Fonte: G1)

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