Uma pesquisa publicada nesta terça-feira (1º) aponta que as máscaras de pano não são suficientes para proteger contra a transmissão do coronavírus pelo ar. Isso porque a maior parte do ar respirado através delas não é filtrado, podendo carregar consigo partículas contendo o vírus.
Para chegar a essa conclusão, cientistas da Alemanha da Inglaterra e da França analisaram a capacidade de tecido de filtrar partículas muito pequenas, de um micrômetro – um milésimo de milímetro – de tamanho. Eles analisaram imagens 3D produzidas por microscopia para enxergar os canais de fluxo de ar. O estudo concluiu que, para partículas com diâmetro de 1,5 micrômetros, a eficácia do tecido ficou entre 2,5% a 10%. A pesquisa foi publicada na revista “Physics of Fluids”.
“As máscaras são essencialmente filtros de ar usados no rosto, que devem filtrar o maior número possível de partículas perigosas. Tecidos como algodão são bons para jeans, camisas e outras roupas, mas são péssimos filtros de ar. Então, use tecido para roupas e N95s ou FFP2s ou KF94s para máscaras”, disse o coautor Richard Sear, da Universidade de Surrey.
Várias pesquisas anteriores já haviam apontado as máscaras do tipo PFF2 – equivalentes às N95 americanas – como as mais eficazes na proteção contra a transmissão do coronavírus. Elas oferecem quase 100% de proteção contra partículas muito pequenas. Segundo os autores, a novidade deste estudo é ser o primeiro a simular partículas passando diretamente pelas lacunas no tecido