O secretário de saúde de Esplanada, Marcus Teixeira Torres, que teve a casa atingida por tiros, falou em entrevista ao Jornal da Manhã desta terça-feira (23) que se jogou no chão, após perceber os disparos. Ele não foi atingido e, apesar do susto, passa bem.
A casa onde Marcus estava é alugada. Ele fica no local durante a semana, por causa do trabalho como secretário de Esplanada, cidade distante 170 Km de Salvador.
O secretário relatou como foi o momento dos disparos e como conseguiu acionar a polícia, que investiga o caso.
“Por volta da 0h, ouvi barulho de tiros e a janela quebrando. Prontamente me coloquei deitado no chão e aguardei. Quem fez, graças a Deus, não apareceu na janela, não avançou. A polícia foi acionada e faz a apuração”, conta.
Segundo Marcus Teixeira, um projétil foi encontrado entre a parede e o gesso da cobertura do quarto. Ele disse que o local fica no fundo da casa, e que quem atirou sabia que era ali que ele dormia.
De acordo com a polícia, o ataque ocorreu na madrugada de sexta-feira (19). Não há detalhes sobre autoria e motivação. O secretário já prestou depoimento na delegacia da cidade. Equipes do Departamento de Polícia Técnica (DPT) já realizaram pericias na casa do gestor.
“A população de Esplanada é muito acolhedora. Tenho forte amizade com as pessoas, não tenho problema com alguma pessoa em particular. Espero que se consiga desvendar a autoria”, ressaltou Marcus Teixeira.
O secretário disse que ele não imagina o que pode ter motivado o ataque. Marcus Teixeira completa dois anos no cargo no dia 20 de agosto. Ele é o quarto secretário a assumir a pasta no município nessa gestão, mas nenhum deles tinha sofrido ataque como ele.
Quando perguntado se o ataque poderia ter ligação com medidas restritivas adotadas para o comércio da cidade, com objetivo de conter os casos de coronavírus, o secretário informou que não acredita nessa possibilidade.
“Eu não acredito que o comércio tinha tido uma relação dessa. Fomos bem compreendidos pelo comércio. Agora a gente vê um avanço [de casos], e a gente pretende dar uma freada. Nós estávamos entre os municípios com menor número de casos. Em uma semana saímos de 3 casos para aumentar para 17. A gente refletiu, fizemos reunião como comitê, para saber qual seria a próxima medida do município. A gente sabe também que existe a necessidade da economia funcionar, e isso a gente vem fazendo de forma conciliada. Então não acredito que tenha sido da parte do comércio”, disse. (G1)