O Ministério da Educação (MEC) decidiu não avaliar este ano o nível de alfabetização das crianças brasileiras. As informações são do blog Renata Cafardo, do site do jornal O Estado de São Paulo. O blog detalha que resultados anteriores têm mostrado que mais da metade dos alunos de 8 anos não consegue localizar informações em textos de literatura infantil ou escrever corretamente palavras como lousa e professor.
Por causa do desempenho preocupante das crianças, a gestão de Michel Temer anunciou em 2018 que passaria a checar a alfabetização mais cedo, aos 7 anos de idade (2o ano do ensino fundamental). A prova deveria ser feita no mês de outubro deste ano.
Mas, ainda de acordo com o blog, uma portaria publicada nesta segunda-feira (25) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pelos exames, exclui as crianças de 7 anos das provas nacionais. Elas também não farão os exames de Matemática. Estão mantidas as avaliações para os estudantes do fim dos ciclos do ensino fundamental, ou seja, 5º ano e 9ª ano, e do ensino médio, no 3º ano.
As provas fazem parte do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que existe desde os anos 90 no Brasil e aplica testes de Português e Matemática. São a partir dos resultados do Saeb que o MEC calcula o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que se tornou o grande indicador de qualidade do ensino no País.
Outra mudança foi com relação à prova para a educação infantil (0 a 5 anos). Pela primeira vez na história do País, havia a previsão de todas as creches e pré-escolas passarem por avaliações. As crianças não fariam testes, mas todos os professores e responsáveis pelas escolas responderiam a questionários sobre estrutura, projeto pedagógico, materiais. Agora, a portaria prevê que apenas uma amostra seja avaliada, “em caráter de estudo-piloto”.
Pela primeira vez também todos os alunos de 9º ano fariam provas Ciências da Natureza e Ciências Humanas. O Inep agora decidiu que só uma amostra, que ainda será selecionada, passará pelos novos exames.
A opção pela amostragem em vez de avaliar todos os alunos indica uma intenção de economizar recursos, mas especialistas questionam se haverá influência nos resultados.