Em entrevista a Recôncavo FM, o médico plantonista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em Santo Antônio de Jesus, Dr. Fábio Quintão, falou sobre o estado de saúde e psicológico do homem identificado como Sandro dos Santos, que pulou do 3º andar do Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus nesta última terça-feira (04) (clique e veja) e foi encontrado manhã desta quarta-feira (05) às margens da BR-101 (confira aqui).
De acordo com o médico, o paciente de acidente com motocicleta na cidade de Maragogipe estaria confuso, mas contou sua motivação de pular da ala de ortopedia do HRSAJ, “ele estava com uma lesão gravíssima no joelho esquerdo devido ao acidente, foi feito todo o procedimento cirúrgico e reformaram o joelho novamente. Não sei os detalhes da vida dele, mas durante o socorro que fizemos pela manhã, ele estava um pouco confuso. Na investigação que fazemos dentro da ambulância enquanto medimos os sinais vitais e colocando acesso venoso, nos perguntamos o que aconteceu. Ele disse: ‘Eu pulei porque chegou uma pessoa no hospital que se identificou como policial, se eu não tivesse pulado ele iria me balear’. Obviamente essa informação não procede, porque o único policial que temos na unidade fica embaixo ou aparece se for solicitado”, esclareceu.
O Dr. Fábio contou também que durante as investigações, observou que o paciente foi ou ainda é usuário de drogas, levando a hipótese de uma suposta abstinência que pode ter causado alucinações, “pelo o que nos apuramos em seu histórico, ele é um paciente que foi ou ainda é usuário de drogas. Há a possibilidade dele estar em período de abstinência para fazer o procedimento cirúrgico, e num momento destes, pode ter alucinado. Isso acontece toda hora em pacientes que tem vícios. Essa é a hipótese mais concreta para mim, por ele ter saltado dessa altura depois de um acidente de moto”, pontuou.
O médico contou sobre os primeiros momentos com o Sandro após ser reencontrado na BR-101, “durante a abordagem, eu perguntei o que havia acontecido, como se a gente não soubéssemos o que estava acontecendo. Ele nos disse: ‘Eu estava trabalhando, não tive nem tempo de tomar um banho para vocês me pegarem limpo. Me desculpem’. Além disto, houve dúvida sobre o seu nome e idade. Ele estava muito confuso, um paciente que não está na lógica do dia-a-dia. Ele não foi mais longe por causa do ferimento, conseguiu se arrastar até onde deu, provavelmente por causa da adrenalina do salto e por conta das drogas lícitas que estavam o acalmando do efeito pós-operatório. É uma ocorrência ruim para a imagem do hospital e para os profissionais, entretanto, é uma fatalidade. Há telas de proteção, atendimento, enfermeiras e técnicos de plantão em rondas, é difícil o quarto ficar só. Ele estava em um quarto com outros pacientes, então, teve tempo de romper a tela e passar”, declarou.
Para finalizar, Dr. Quintão comentou sobre o atual estado de saúde do paciente, que se encontra fora de risco, “ele agora está confuso, reclamando de muita dor, imundo dos pés à cabeça, afebril com sinais vitais normais, pressão boa, glicemia boa apesar de não se alimentar. Já tem um familiar junto com ele, vai ficar num lugar mais reservado”, concluiu.
Redação: Voz da Bahia