Diretor do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e presidente do departamento de cardiologia clínica da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o cardiologista Bruno Caramelli pediu a expulsão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, da entidade. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.
Segundo a publicação, a solicitação se dá pela resistência do ministro em apoiar a vacinação contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos, conforme recomendado e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O autor do pedido de exclusão do ministro cita um artigo do estatuto da entidade que prevê a expulsão de quem “praticar, com culpa ou dolo, qualquer ato contrário aos interesses e à consecução do objeto social da SBC”. Na avaliação de Caramelli, Queiroga age contra os objetivos da SBC por supostamente atuar para impedir a imunização das crianças.
Caramelli criticou o posicionamento de Queiroga, que protela uma decisão a respeito da imunização infantil, anunciou uma consulta pública sobre o tema e afirmou que “a pressa é inimiga da perfeição”. “Está todo mundo horrorizado”, disse o médico à coluna. “O argumento que eles usam é o de que a ciência está dividida. É mentira. Ele continua insistindo nisso, logo ele que é cardiologista e que era presidente da SBC”, declarou.
O cardiologista deu esclarecimentos sobre boatos em torno da imunização de crianças e supostos riscos cardíacos. “Nós já estamos acompanhando, é uma complicação muito rara e, na maioria das vezes, muito suave. A relação risco-benefício é totalmente favorável às vacinas”, explicou. (Fonte: Bahia.ba)