Os médicos do Vitória estão sem receber salários há 10 meses. Diante desta situação, os profissionais de saúde decidiram não viajar mais com a delegação. A informação foi publicada inicialmente pela Rádio Sociedade e confirmada pelo Bahia Notícias.
Como de costume, Paulo Carneiro, presidente do Vitória, disparou um áudio pelo WhatsApp para grupos de torcedores e tentou explicar a situação.
“Com relação aos médicos, uma explicação… Quando nós chegamos no Vitória, o clube tinha dois departamentos médicos, talvez o torcedor não saiba. Tinha o departamento médico da base e o do profissional (…). O departamento médico tem que ser um só. Com a situação financeira grave que o Vitória está passando, nada mais natural do que agir como agimos. Fechamos imediatamente o departamento médico da base e concentramos tudo em um departamento só, reduzimos o efetivo do corpo médico, fisioterápico e de enfermagem da base, reduzindo a folha que chegava perto de R$ 180 mil. Concentramos tudo em um lugar só para atender os atletas do clube, sem importar a categoria. Chamei os médicos para uma reunião na minha sala e disse a eles da gravidade da situação do clube. Como eles tinham outra atividade laboral, a atividade no Vitória é complementar, pedi um entendimento, que o Vitória iria segurar seus recebimentos por absoluta falta de recursos”, pontuou.
“E que a partir de janeiro de 2020 iríamos começar a pagar normalmente. Assim foi feito. O que aconteceu foi que o nosso financeiro, quando começou a pagar, pagou o atrasado de 2019. Não deixou o atrasado separado para pagar 2020. Por isso os meses que receberam esse ano foram os de 2019. Ainda existem atrasos e buscamos sempre dar satisfação a todos. Inclusive, os chamei semana passada para uma reunião, através do nosso gerente médico, José Olímpio, e eles disseram que não queriam se reunir e esperavam uma posição do clube. O Vitória não vai ficar refém de ninguém, nem de jogador, nem de funcionário, nem de médico. O Vitória vive uma grave situação financeira e que as pessoas propositadamente esquecem, querendo imputar sobre nossa gestão a responsabilidade por essas questões. Não tem problema nenhum, eu sou responsável sim, mas não sou culpado. Há uma grande diferença entre culpa e responsabilidade”, acrescentou Paulo Carneiro.
O mandatário rubro-negro ainda deu um ultimato aos profissionais. “Queria dizer aos médicos, que considero e respeito, são pessoas queridas, muito competentes, mas, se a situação do Vitória não lhes permite esperar, eu lhes aconselharia sair. Tenha certeza que o Vitória não ficará sem médico. Ortopedistas… Quem não estiver satisfeito, não consigo resolver diferente do que estou resolvendo”, emendou.