Cerca de 9% da população mundial, ou 463 milhões de adultos, têm diabetes em 2019 e metade delas não sabe disso. Nesse contexto, o Brasil é o quinto país com maior número de pessoas com a condição, segundo dados do Atlas do Diabetes, lançado na última quinta-feira (14).
Segundo as informações do relatório, a maior parte (79%) das pessoas com diabetes vivem em países em desenvolvimento, como o Brasil. A condição está relacionada, de forma geral, a hábitos de vida não saudáveis, como dietas não saudáveis e falta de atividade física, e obesidade (já o diabetes tipo 1 é uma deficiência autoimune).
Se os números atuais parecem preocupantes, as projeções do estudo para as próximas décadas são ainda mais. A tendência é que, até 2030, 578 milhões de pessoas no mundo tenham a doença e que esse número chegue a 700 milhões de adultos em 2045 (pouco mais de 10% da população mundial).
A maior parte das pessoas com a doença está concentrada em áreas urbanas e a prevalência da doença aumenta junto com a idade.
Mesmo na lista dos países com mais casos de diabetes, o Brasil não entra no ranking, liderado pela Ilhas Marshall, das maiores prevalências em adultos (pessoas entre 20 e 79 anos).
Um dos pontos presentes no atlas que chama a atenção é o número de casos de diabetes não diagnosticados. Segundo o documento, cerca de 231 milhões de pessoas vivem com diabetes (a maior parte com o tipo 2) e não sabem que estão com o problema.
No Brasil, cerca de 46% (7,7 milhões) das pessoas que têm a doença não estão cientes disso.
O relatório afirma que tal situação de desconhecimento mostra a necessidade urgente para melhorar a detecção do diabetes, o que possibilita o início precoce do tratamento e evita possíveis complicações da doença.
Segundo projeções, o diabetes e suas complicações relacionadas levaram à morte, em 2019, a 4,2 milhões adultos. Estimativas apontam que a doença está associada a 11% de todas as mortes ocorridas em pessoas entre 20 e 79 anos.
Um dos problemas dessas mortes é o impacto econômico que elas causam, levando em conta que atingem parte da população economicamente ativa.
O relatório aponta que os custos mundiais diretamente relacionadas ao diabetes, em pessoas entre 20 e 79 anos, cresceram de US$ 232 bilhões em 2007 para US$ 727 bilhões em 2017. Para 2019, a estimativa é que os gastos cheguem a US$ 760 bilhões (pouco mais de R$ 3 trilhões).
Considerando as projeções de crescimento do número de pessoas com a condição, o relatório projeta, de modo conservador, que os gastos irão aumentar cerca de 8% até 2030 e 11% até 2045.