Um pai de Ferraz de Vasconcelos realiza uma campanha para comprar uma peruca e remédios para o tratamento da filha, que ficou sem cabelo após passar por uma progressiva, sem autorização dele, e ter uma reação alérgica muito forte. A menina precisou ficar 21 dias internada e fez duas minicirurgias.
O procedimento foi realizado em 17 de julho deste ano. Segundo José Flávio de Souza, de 38 anos, ele levou a filha Yasmin, de 9 anos, até uma cabeleireira que trabalhava em casa, dentro do mesmo conjunto de condomínios em que mora, para fazer uma hidratação no cabelo. O pai deixou a filha no local. O G1 tentou contato com a cabeleireira, mas não conseguiu.
“Quando eu voltei, a moça tinha feito uma progressiva nela. Eu perguntei se poderia, por ela ser criança, mas ela respondeu que não tinha problema porque era um produto orgânico”, diz o pai.
O pai conta que três dias após o procedimento Yasmin passou a vomitar, ficou com os olhos inchados e ele a levou ao hospital. O tratamento inicial foi com antialérgico e anti-inflamatório. Depois de 10 dias, a menina teve uma inflamação muito forte e foi submetida a duas minicirurgias para colocar drenos na cabeça.
“O médico falou que por pouco ela não ficou cega, porque o formol entrou pelo couro cabeludo dela e quase chegou aos olhos”, conta o pai.
Agora, Yasmin continua o tratamento em casa e ganhou uma peruca, porque o cabelo, que precisou ser raspado no hospital, deve demorar para crescer totalmente. A menina ganhou uma peruca, mas em alguns momentos precisa ficar sem, para fazer a higienização.
“Ela está muito triste, não quer ir para a escola, sair de casa. Está indo só ao médico uma vez por semana para avaliação e também está passando com o psicólogo. Enquanto isso, a cabeleireira nem procurou a gente pra saber como a minha filha está. Ela só diz que não foi o produto que ela usou, porque é orgânico. Um advogado vai entrar com uma ação contra ela e a marca do produto”, diz o pai.
Uma vaquinha é realizada na internet para ajudar a custear o tratamento. O caso foi registrado como lesão corporal culposa (sem intenção) no DP de Ferraz. (G1)