A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta sexta-feira (9) que seu governo abriu um processo contra a empresa Google, após a plataforma alterar, em sua versão norte-americana do aplicativo Maps, o nome “Golfo do México” para “Golfo da América”.

A medida, segundo Sheinbaum, representa uma afronta à soberania mexicana e fere o reconhecimento internacional da nomenclatura histórica da região.

A modificação teria origem em um decreto do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ganhou força nesta semana, quando a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei para oficializar o novo nome em documentos e órgãos federais.

A proposta foi apresentada pela deputada ultraconservadora Marjorie Taylor Greene e contou com apoio quase unânime da bancada republicana. Todos os democratas votaram contra. O texto ainda precisa passar pelo Senado, onde a aprovação deve enfrentar maior resistência.

Durante o anúncio do processo, Sheinbaum afirmou que a tentativa de renomear a área é “absurda” e reafirmou que o nome “Golfo do México” continua válido segundo o reconhecimento internacional, inclusive em tratados marítimos.

A presidente também ressaltou que os Estados Unidos só têm autoridade para nomear a parte da plataforma continental sob sua jurisdição.

“O governo dos EUA chama apenas a parte da plataforma continental dos EUA de Golfo da América, não o golfo inteiro, porque não teria autoridade para nomear o golfo inteiro”, declarou.

Sheinbaum já havia sinalizado em fevereiro que medidas legais seriam tomadas caso a big tech continuasse utilizando o termo “Golfo da América”. Até o momento, o Google não se pronunciou oficialmente sobre o caso.