Migração de facções criminosas e ‘guerra’ às drogas: entenda como SAJ e outras cidades da Bahia viraram as mais violentas do Brasil

Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e Camaçari encabeçam a lista de municípios mais violentos do Brasil, com mais de 100 mil habitante

Foto: Divulgação/Luciano Almeida

Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e Camaçari. As quatro cidades baianas têm uma coisa em comum: encabeçam a lista de municípios mais violentos do Brasil, com mais de 100 mil habitantes.

Nesta sexta-feira (21), o g1 te ajuda a entender como a violência escalou nestes lugares. Os quatro municípios estão no mesmo patamar de taxa de mortes violentas intencionais, de acordo com apuração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados na quinta (20), em anuário.

São enquadradas como mortes violentas intencionais o homicídios dolosos (incluindo feminicídios); lesões corporais que terminam com morte; latrocínios, que é quando a vítima é assassinada para que o roubo seja concluído; mortes de policiais e também assassinatos cometidos por policiais.

O especialista em segurança pública, co-fundador e coordenador executivo da Iniciativa Negra Por uma Nova Política de Drogas (INNPD) descreve três fatores que contribuíram para o avanço das mortes violentas.

“Nós temos um conjunto de fatores e um deles, com certeza, é a migração de organizações ligadas ao comércio ilícito de armas e drogas para o Nordeste, vindos do Sudeste. Outro fator é a pulverização de um conjunto de organizações atuando neste mercado. E o terceiro é o investimento em uma lógica de polícia que favorece o confronto”.

Além de Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e Camaçari, a Bahia aparece na lista das 50 cidades mais violentas outras oito vezes: Feira de Santana, Juazeiro, Teixeira de Freitas, Salvador, Ilhéus, Luís Eduardo Magalhães, Eunápolis e Alagoinhas.

Considerada a capital do Recôncavo Baiano, Santo Antônio de Jesus tem a 18ª maior população do estado, com 103.055 moradores. O maior polo comercial da região fica no município, que também tem como cultura a agropecuária e a produção de alimentos, como amendoim, limão e laranja.

A cidade tem ainda indústrias de colchões, aves, vidro, artigos de plásticos e embalagens, além de ser produtora de argila e areia. Santo Antônio de Jesus é cortada pela 2ª principal rodovia federal do Brasil, a BR-101 e também pela BA-026 e a BA-046.

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