Ministério do Trabalho resgata 18 indígenas em situação análoga à escravidão no RS

Trabalhadores Kaingang foram enganados com falsas promessas de emprego na colheita de uva

Foto: Divulgação/MTRS

O Ministério do Trabalho resgatou 18 indígenas da etnia Kaingang em condições análogas à escravidão em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. Os trabalhadores, oriundos da reserva de Benjamin Constant do Sul (RS), relataram ter sido enganados por uma empresa terceirizada que prometeu empregos na colheita de uvas.

Desde 7 de janeiro, eles estavam alojados em um galpão sem condições adequadas, sem registro formal ou pagamento pelos serviços.

A situação foi denunciada quando dez trabalhadores procuraram a Assistência Social local após serem despejados sem receber seus salários. Segundo informações do governo, a empresa recrutou mais pessoas do que o necessário, deixando muitos sem trabalho ou remuneração.

Itens básicos, como papel higiênico, eram vendidos no alojamento por preços abusivos. O local, que chegou a abrigar 40 pessoas, foi interditado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico em 6 de fevereiro.

A empresa responsável foi notificada a pagar os valores devidos e a custear o retorno dos trabalhadores às suas cidades de origem. Os resgatados também receberão o Seguro-Desemprego Especial, com direito a três parcelas de um salário mínimo.

Este é o terceiro resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão durante a safra da uva em 2025. No final de janeiro, quatro argentinos foram resgatados em São Marcos (RS) e, em 2 de fevereiro, outros nove trabalhadores foram encontrados em situação degradante em Flores da Cunha (RS).

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