A Operação Saigon, da Polícia Civil, no bairro de Águas Claras desta sexta-feira (22) já contabiliza ao menos seis mortos e 15 presos. Uma dessas mortes ocorreu em um conjunto de apartamentos na Rua Presidente Médici, onde moradores afirmam ter acontecido ‘uma execução’ por parte de agentes da polícia.
De acordo com eles, três policiais arrombaram residências e renderam um jovem identificado como Lucas, que estaria entre os alvos da operação que cumpre mandados de prisão e busca e apreensão contra um grupo investigado por tráfico e mais de 30 homicídios.
Um dos moradores que estavam no local é sogro do jovem e afirma que ele nunca teve passagem pela polícia ou envolvimento com o crime. Além disso, garante que não houve resistência dele quando os policiais chegaram nos apartamentos do conjunto no Bloco 22.
“Eles chegaram no prédio, invadiram o apartamento do segundo andar onde meu genro estava e levaram para o terceiro. Lá, no apartamento 303, onde minha mãe mora, arrombaram a porta, quebraram tudo e deram vários tiros depois que botaram todo mundo para fora e ficaram com ele lá dentro”, afirma o homem, que tem a identidade preservada pela reportagem.
De acordo com ele, enquanto estava fora do apartamento, foi possível ouvir oito disparos vindos do local. A esposa do homem diz que os policiais justificaram que Lucas teria reagido, mas afirma que ele já estava rendido, desarmado e sem qualquer possibilidade de se defender.
“Eram três policiais encapuzados com ele. Nos botaram para fora e disseram que tinham encontrado placa de carro e cápsula de bala. Lucas não tem arma nenhuma e já estava rendido lá. Agora, me diz como é que ele ia reagir e trocar tiro com eles dentro do apartamento. Mataram um inocente desarmado”, fala.
A reportagem procurou a polícia para obter um posicionamento sobre as acusações, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. A Operaço Saigon é conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e conta também com a participação e apoio da Polícia Federal. Além de Águas Claras, em Salvador, mandados estão sendo cumpridos no sistema prisional e em Feira de Santana.
(Correio)