Mulheres no agro brasileiro representam 16% da mão de obra

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O total de mulheres trabalhando em empresas do agronegócio cresceu 13,3% no último ano, conforme aponta a segunda edição da “Pesquisa Diversidade, Equidade e Inclusão nas Organizações”, da Deloitte. Apesar do avanço, elas ainda são só 16,2% do contingente empregado pelo setor, conforme os resultados apresentados no 7.º Congresso Nacional de Mulheres do Agronegócio (CNMA), na quinta-feira (28), em São Paulo. O evento tem apoio da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

Com informações do Canal Rural, a sucessão foi um dos fatores que contribuíram para o aumento do número de mulheres no agro. A pesquisa mostrou que, nas fazendas, as profissionais em cargos de liderança são 34% do total — mais do que no universo geral da economia, onde o total de mulheres no topo é de 27%. “Ficamos surpresas com o aumento da representatividade, mesmo ainda sendo muito pequena”, diz Carolina Verginelli, sócia de consultoria da Deloitte.

O maior empecilho para a contratação de mulheres é cultural. Do total de 400 entrevistadas, 76% afirmaram que é preciso uma mudança cultural nas organizações agrícolas para que as mulheres tenham mais participação. No entanto, 41% das mulheres que já atuam no setor disseram sofrer questionamentos sobre sua capacidade no trabalho. E isso apesar de o índice de trabalhadoras com ensino superior no segmento ser de 9%, enquanto o de homens é de apenas 3%. Dentre todos os 21 setores pesquisados pelo Deloitte o agro é apenas o 19º em representatividade feminina — o terceiro mais baixo, depois de indústrias extrativas e construção civil.

As mulheres ainda relataram que tiveram sua capacidade física de trabalhar no setor questionada. “Isso é um absurdo, porque nenhuma mulher do agro precisa empurrar trator. Com a tecnologia, o trabalho deixou de ser braçal”, diz Angela Castro, líder do programa de diversidade e inclusão da Deloitte.

As mulheres do agronegócio ganham menos do que os homens. Em média um valor de R$ 1.606 por mês, ante R$ 1.950 dos homens. Outro relato é o alto índice de demissão nos 12 meses seguintes à licença-maternidade, que chega a 35%.

É necessário aumentar a quantidade de mulheres em cargos de liderança no agro. Segundo a pesquisa, 35% das mulheres disseram que não se sentem ouvidas nas associações de classe, para que esse cenário mude, . “Quando elas participam, os homens não dão crédito ao que elas dizem. Isso precisa mudar”, afirma Carolina. (BNews)

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