O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcou presença, nesta terça-feira (19), na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Em seu discurso no evento, o chefe do Executivo brasileiro defendeu que a desigualdade e a fome provoquem “indignação” para que esses problemas sejam superados.
“A desigualdade precisa inspirar indignação. Indignação com a fome, a pobreza, a guerra, o desrespeito ao ser humano. Somente movidos pela força da indignação poderemos agir com vontade e determinação para vencer a desigualdade e transformar efetivamente o mundo a nosso redor”, disse.
“A fome, tema central da minha fala neste Parlamento Mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã”, acrescentou.
Ainda de acordo com Lula, o combate a desigualdade não teve avanços significativos nos últimos anos, o que distanciou a tentativa global de erradicar a fome.
“O destino de cada criança que nasce neste planeta parece traçado ainda no ventre de sua mãe. A parte do mundo em que vivem seus pais e a classe social à qual pertence sua família irão determinar se essa criança terá ou não oportunidades ao longo da vida. Se irá fazer todas as refeições ou se terá negado o direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar diariamente”, afirmou ao Bnews.
Lula cobrou ainda um protagonismo da própria ONU para superar as desigualdades globais. A entidade vem sendo criticada por não ter mecanismos eficientes para monitorar ou punir governos que reduzam a qualidade de vida das populações.
“A ONU precisa cumprir seu papel de construtora de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Mas só o fará se seus membros tiverem a coragem de proclamar sua indignação com a desigualdade e trabalhar incansavelmente para superá-la”, finalizou Lula.