A Polícia Civil encontrou, nesta sexta-feira (10/7), três tubarões na Colônia Agrícola Samambaia, em Vicente Pires. Agentes da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) capturaram os animais em uma residência. Fontes policiais informaram ao Correio que o caso pode ter ligação com o jovem picado por uma naja na última terça-feira (7/7).
Inicialmente, a polícia confirmou a existência de um tubarão no local. No fim da noite, porém, um comunicado atualizou o saldo da operação e foi informado que havia três peixes desse tipo no aquário clandestino. Também foram encontradas serpentes, uma enguia e um lagarto teiú.
A polícia acredita que a casa onde o animal estava é de um dos amigos do estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Lehmkuhl, picado por uma naja na terça-feira passada. Integrantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram deslocados ao endereço para analisar os animais.
Investigação
A polícia trabalha com algumas linhas de investigação em relação ao caso do jovem picado pela naja. Nesta quinta-feira (9/7), o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) apreendeu 16 cobras em uma chácara no núcleo rural Taquara, em Planaltina. O proprietário do local era um dos amigos de Pedro, de acordo com a apuração policial.
Aos policiais, o rapaz informou que outro colega deles estava com as cobras e as levou para a chácara. “Estamos investigando a possibilidade desses jovens estarem envolvidos em um esquema de tráfico, mesmo que eles tenham esses animais apenas para a coleção”, afirmou Willian Ricardo, delegado da 14ª Delegacia de Polícia (Gama).
Há, ainda, a suspeita de que os jovens estejam envolvidos em um esquema ilegal de pesquisas e estudos de animais exóticos. Pedro Henrique Lehmkuhl está internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora. Na quinta-feira (9/7), ele acordou do coma e os médicos tiraram os tubos. Ele conversou e agradeceu pelo socorro prestado.
Para salvar o estudante, foi necessário trazer uma dose de soro antiofídico diretamente do Instituto Butantan, em São Paulo. A família importou outras dez doses preventivas dos Estados Unidos.
O estudante desenvolveu uma necrose no braço, além de lesões no coração, mas está respondendo bem ao tratamento e poderá ser transferido para o quarto do hospital. Ainda não há previsão para quando ele terá liberação para ir para casa. (Correio Braziliense)