Os conflitos protagonizados pelo presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP) contra o Supremo Tribunal Federal e as decisões do governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), têm movimentado a cena política brasileira.
O modus faca no pescoço adotado por Lira – tema de matéria no Jornal Metropole desta semana – foi comentado nesta sexta-feira (19) pela jornalista Cristina Serra em entrevista à Rádio Metropole. Especialista na política do país, Cristina destacou que os posicionamentos de Lira não se opõem somente ao presidente Lula, tendo um objetivo muito maior: oposição à nação.
“Dá muita indignação, o Lira, eu vejo muitas matérias nos jornais, análises nas imprensas, opondo Lira a Lula e não é esse o cenário, é Lira contra o Brasil. Eu acho que a gente precisa ter a compreensão do momento que a gente está atravessando que ainda é de resistência às investidas da extrema direita e será por muito tempo, eu não tenho dúvidas disso”, disse.
Cristina seguiu as análises feitas pelo também jornalista Bernardo Mello Franco na Metropole e explicou que o motivo da insatisfação de Arthur Lira é a vontade de ter um controle do Orçamento, que outrora, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele tinha nas mãos, assim como a direita.
Além disso, a jornalista disse que o líder da Câmara tem tentado – e obtido êxito – mudar o sistema brasileiro, institucionalizando uma espécie de “parlamentarismo”, quando os poderes executivo e legislativo são interligados.
“Ele conseguiu implantar uma espécie de parlamentarismo torto, forçou, arrancou a fórceps, e com isso cria uma série de dificuldades para o Lula. Eu não estou dizendo que o Congresso não deva ser uma Casa de discussão da agenda do governo, é um espaço democrático, representa parcelas da sociedade, mas o que a gente vê hoje no Congresso é diferente disso, eles querem ter o controle do orçamento. Não o Congresso inteiro, Lira, o centrão, essas forças políticas agrupadas em torno de Lira. Isso não pode funcionar assim porque o Brasil não é um país parlamentarista, nós temos o presidencialismo, essa é a nossa tradição, goste-se dela ou não, seja ela melhor ou não, é assim que tem funcionado e é assim que o país funciona”, completou.
Fonte: Metro1