A direção do hospital particular onde a cantora Paulinha Abelha está internada em uma Unidade de Terapia Intensiva realizou, na tarde desta terça-feira (22), uma coletiva de imprensa dando detalhes sobre o quadro clínico da artista. Segundo os especialistas que cuidam da cantora, não está sendo fácil mantê-la viva.
Mais cedo, a equipe de Paulinha já havia soltado um boletim falando sobre seu estado de saúde: “Mantém quadro neurológico, sem necessidade de medicamentos para ajuste da pressão, respirando com suporte de aparelhos, mantendo a oxigenação adequada e necessitando de hemodiálise para ajuste da função renal”, diz o boletim divulgado nas redes sociais.
Segundo os médicos responsáveis pelo tratamento, o diagnóstico da cantora é de hepatite, inflamação do fígado que evoluiu para um quadro mais grave, apresentando disfunção renal, hepática e neurológica. Os especialistas afirmaram que Paulinha Abelha está em coma profundo e que o caso é extremamente grave.
Questionados, os profissionais não descartaram que os problemas renais tenham sido causados por uso de remédios para emagrecer ou tratamentos estéticos: “De fato, o uso abusivo de algumas substâncias de cunho estético podem sim levar a situações renais, mas não há nenhum exame que prove que Paula teve problemas decorrentes disso. É comprovado que o uso rotineiro traz esse risco, mas, até então, não parece ter sido isso que aconteceu”, disse o médico Ricardo Leite.
A equipe ainda negou que o coma da cantora seja uma situação irreversível. “Não falamos em morte encefálica. Não existe a ideia de irreversibilidade ainda, estamos trabalhando para tentar reverter a situação”, disse o médico neurologista Marcos Aurélio. A equipe médica também descartou a possibilidade de transferir a cantora para uma outra unidade hospitalar. “Não nos falta nenhum instrumento”, reforçou Leite.
O cardiologista André Luís Veiga de Oliveira também reconstituiu o tratamento dado à paciente e explicou as medidas que foram tomadas: “Trabalhamos em duas vertentes: dar suporte às falências orgânicas, para que acabem não progredindo. Então ela tinha disfunção renal, que vinha sendo tratada em terapia renal substitutiva desde o outro hospital. Tinha disfunção hepática que vinha em regressão, e a gente tinha que dar suporte para que ela acabasse não progredindo e agravando o quadro. E tinha um quadro neurológico que estava a 48h sem sedação, em coma profundo, sem nenhum tipo de reflexo ou medidas que a gente estava fazendo”, finalizou o cardiologista.