A ex-candidata à presidência e ex-senadora Marina Silva (Rede) declarou que é necessário se manter alerta diante das intenções do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). Em entrevista a Mário Kertész na Rádio Metrópole hoje (29), ela comentou que, durante o último pleito, o então deputado federal foi subestimado. Atualmente, Marina critica a polarização das discussões políticas no país.
“Todos temos que pensar e acho que subestimamos o Bolsonaro durante as eleições. A mídia subestimou, os partidos, as lideranças políticas e todos nós. O que tenho dito é que não podemos subestimar o Bolsonaro duas vezes. Agora, quando ele ameaça a democracia, a saúde pública e quando ele não toma as medidas, criando o tempo todo situações difíceis, como o caso de querer interferir nos órgãos públicos para criar benefícios para ele e amigos, isso tudo tem que ser olhado pelas instituições, pela sociedade, formadores de opinião e pelas lideranças políticas que têm responsabilidade por isso aí”, declarou a ex-presidenciável.
“Durante a campanha, houve sim essa polarização. O Partido dos Trabalhadores sempre acreditou que era mais fácil ganhar de Bolsonaro do que de qualquer outro. Isso é uma cultura que vem de longe. A aliança que vem de longe que era feita pelo PT e agora pelo PSDB sempre achavam que era melhor disputar um com o outro e apostavam tudo na polarização. Essa polarização se deslocou e foi ao extremo entre a candidatura do PT e o Bolsonaro e agora virou essa disputa entre lulismo e bolsonarismo”, reforçou Marina, que disse ser necessário união para tirar o país “do poço sem fundo”.
Marina Silva comentou as discussões sobre uma frente democrática de partidos contra as manifestações autoritárias de Bolsonaro. De acordo com a ex-senadora, a “agenda” defendida por esses partidos e lideranças políticas é o que vai unir o país. “Com isso tenho trabalhado junto com Ciro, com PSB, com Cidadania, PDT, PV e os partidos que estamos trabalhando junto com uma ação forte que a sociedade está tendo em vários movimentos para que a gente pense em primeiro lugar no país. Não é o momento de ficar polarizando mais uma vez em torno do poder”, acrescentou. (Metro1)