Entre os negócios impactados pela pandemia do novo coronavírus, aqueles liderados por pessoas negras foram os mais prejudicados. São negócios que passam por uma situação mais precária, de acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Sebrae. O levantamento foi feito de segunda (29) a quinta-feira (2) da semana passada com 7.403 empreendedores.
Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, a explicação apontada é que um maior percentual desses negócios atendia apenas presencialmente e em locais com restrição de circulação. O levantamento mostra que 46% dos negócios liderados por negros tiveram que interromper o funcionamento ante 41% dos brancos.
Quanto aqueles que conseguiram manter o serviço, 40% dos comandados por brancos e 32% liderados por negros usaram ferramentas digitais. Além disso, a maior parte dos que usam WhatsApp para isso é negra (88%). Já sites próprios e o Facebook são mais usados por brancos.
O diretor do Sebrae, Carlos Melles, aponta o crédito como outro potencializador dessa desigualdade. “A dificuldade de acesso atingiu com mais força os empreendedores negros que, além de mais endividados, tiveram mais recusa dos bancos”, avaliou.
A pesquisa indica que 61% dos negros tiveram acesso ao crédito negados, o que aconteceu com 55% dos brancos. Por outro lado, o valor médio solicitado por empreendedores negros foi R$ 28 mil, 26% a menos do que o solicitado por brancos. (BN)