Neste sábado (21), o rio Acre alcançou um nível alarmante de 1,23 m em Rio Branco, a menor cota já registrada desde o início do monitoramento ambiental em 1971. A situação agrava a já crítica crise hídrica enfrentada pela capital do estado, que depende desse manancial para seu abastecimento.
O recorde anterior, de 1,25 m, havia sido registrado na sexta-feira (20) e igualava o mínimo histórico de 2 de outubro de 2022. A drástica redução do nível das águas é atribuída à prolongada estiagem e à falta de chuvas, que impactam diretamente as condições climáticas na região.
O rio se encontra abaixo da marca de 2 m há cerca de 90 dias, tendo atingido 1,37 m em 12 de agosto. Esse cenário de seca extrema afeta mais de 387 mil pessoas nas áreas urbana e rural da capital, e todas as bacias hidrográficas do Acre estão em alerta máximo para seca, mantendo os 22 municípios do estado em estado de emergência.
Além disso, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) aponta que a crise hídrica impacta as bacias do Purus e do Juruá, comprometendo o acesso das comunidades a água potável e alimentos. Em locais que antes eram banhados pelas águas, grandes bancos de areia agora dominam as margens dos rios.
A situação se agrava em um ano que paradoxalmente também teve extremos climáticos, com 19 dos 22 municípios enfrentando inundações no início do ano, registrando níveis máximos históricos em algumas áreas.