Dos 417 municípios baianos, 357 tiveram queda no número de nascimentos ao longo de uma década, entre 2011 e 2021. É como se nove em cada 10 cidades do estado estivessem ganhando menos cidadãos. O número foi apontado na Pesquisa Estatística do Registro Civil, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O recuo na natalidade do estado foi de 11,2% ao longo dos 10 anos. Ao todo, 184.430 pessoas nasceram e foram registradas em 2021 na Bahia. Esse é o terceiro ano consecutivo de queda e o índice já é o menor desde 1997, superando, inclusive, a redução intensa já verificada em 2020 – quando 187.578 crianças foram registradas.
Apesar dos números expressivos, a supervisora de disseminação de informações do IBGE, Mariana Viveiros, afirmou que a queda da taxa da natalidade não é preocupante, pelo contrário, ela vê a regressão como favorável.
“De uma forma geral essa queda da natalidade, na verdade, reflete algo positivo que é uma certa evolução cultural, educacional, de planejamento das famílias, de mais igualdade entre os gêneros. O resultado é um reflexo de uma questão positiva e não tem ainda, assim como não deve ter tão cedo, nenhum reflexo negativo”, avaliou a profissional, em entrevista ao Metro1, ao ressaltar também as maiores chances de inserção no mercado de trabalho.
Capital baiana
Em Salvador, a queda foi ainda mais acentuada. Em 2021, nasceram e foram registradas 28.545 soteropolitanos, representando uma queda de 4% comparado ao ano de 2020. Com isso, a cidade bateu recorde histórico, atingindo o menor número de nascimentos desde 1974, início da série das Estatísticas do Registro Civil.
O declínio da natalidade reflete no tamanho da população. Entre os 417 municípios do estado, 217 apresentaram queda populacional no período. O declínio no número de nascimentos, no entanto, não é o único fator que tem causado a diminuição da população.
“A queda de população é claramente um reflexo da natalidade mais baixa, mas é um reflexo muito mais forte, em uma maior proporção, das movimentações das populações no território, das migrações entre os estados, entre os municípios e também uma migração de saída do país”, avaliou Mariana. (metro1)