Em 2022, o número de entradas irregulares em países-membros da União Europeia aumentou 64% em relação ao ano anterior e chegou ao nível mais alto desde 2016, quando a cifra foi pouco superior a 500 mil, anunciou a agência europeia Frontex nesta sexta-feira (13).
De acordo com o órgão regulador, em 2022 foram registradas 330 mil entradas em condições ilegais. Cerca de 10% dessas imigrações foram realizadas por mulheres, e 9%, por menores de idade.
Sírios, afegãos e tunisianos representaram 47% das entradas no ano passado -segundo a agência, o número de sírios dobrou e chegou a 94 mil. A rota mais comum foi a dos Bálcãs, por onde entraram 45% dos migrantes. O fluxo no local foi o que registrou a maior alta em relação ao ano anterior -136%.
Por outro lado, o caminho pela África Ocidental apresentou a maior queda: o número de entradas de imigrantes sem documentos por essa rota foi 31% menor na comparação com 2021. Mais de dois terços deles vêm do Marrocos e de países da África Subsaariana, como Guiné e Costa do Marfim.
O trajeto pelo Mediterrâneo Ocidental, na região da Península Ibérica, também registrou queda, de 21%. Nessa rota, 80% dos migrantes detectados vêm do noroeste africano, mas o número de imigrantes de nacionalidades da África Subsaariana e sírios registrou grande alta, de acordo com a agência.
Este é o segundo ano de aumento após uma baixa causada pela pandemia, em 2020. Os desafios do bloco na migração não têm precedentes, afirma a Frontex, citando a crise política na Belarus em 2021 e a Guerra da Ucrânia em 2022. “O conflito motivou um número recorde de refugiados chegando aos países da União Europeia”, afirma o órgão. “Esses eventos, junto com um número cada vez maior de travessias irregulares, mostram a necessidade de uma Guarda Europeia de Fronteiras forte e eficaz.”
Em 2015, 1,83 milhão de entradas irregulares foram registradas no bloco -número puxado por migrantes que vinham de regiões em conflito na época, como Síria e Afeganistão.
O aumento do fluxo nos Bálcãs e em parte do Mediterrâneo foi tema da última reunião do Conselho Europeu, em dezembro do ano passado. O tema será discutido em profundidade no próximo encontro do bloco, nos dias 9 e 10 de fevereiro, afirmou na época o presidente do órgão, Charles Michel. (BN)