A vocação pastoral, quando genuína, traz realização e felicidade para o líder cristão, mas também desafios que podem lhe fazer se sentir solitário e sem apoio. É assim que ao menos 65% dos pastores estão se sentindo, segundo levantamento feito pelo grupo Barna de pesquisa.
Os dados são preocupantes, pois revelam um aumento significativo quando o número é comparado ao ano de 2015. Naquela ocasião, 45% dos pastores pesquisados relataram sentir solidão e isolamento; agora são 65% deles.
A pesquisa da Barna foi realizada com pastores dos Estados Unidos, mas os dados servem como alerta para os líderes evangélicos de todos os países, o que inclui o Brasil. O levantamento também apontou que 37% deles receberam apoio pessoal de uma rede de colegas de ministério várias vezes por mês, enquanto em 2022 esse número caiu para 22%.
Os dados sugerem que o suporte pastoral entre pastores, algo de vital importância, tem caído nos últimos anos, o que pode estar se refletindo no sentimento de solidão e isolamento desses líderes.
Muitas funções
Para o pastor Joshua Smith, da Igreja Light Elk Grove, na Califórnia, o que também prejudica a forma como os pastores estão se sentindo é o acúmulo de funções, algo que se reflete no tempo que esses líderes têm para se dedicar ao cuidado pessoal, tanto físico como mental.
“Sabemos que o fardo de Deus é leve, mas também precisamos orar por um espírito de sabedoria, para que possamos delegar algumas das tarefas que Deus não nos chamou para fazer”, diz Smith, segundo o FaithWire, da CBN News.
“Precisamos saber da graça em que andamos para não carregarmos um fardo que não fomos projetados para carregar. Também precisamos ficar bem com nossa humanidade e vulnerabilidade”, destacou o pastor.
A pesquisa do grupo Barna, por fim, é mais um alerta sobre a importância dos pastores também serem pastoreados, a fim de que o cuidado seja recíproco entre eles e a Igreja, para que não se sintam sobrecarregados, ao menos não de forma constante.
por Will R. Filho / Gospel Mais