Caso aconteceu em Salvador. Mulher abriu porta de carro em movimentou e fugiu após motorista encostar veículo próximo a posto de gasolina.
A nutricionista Evelyn Broocke, que tem 56 mil seguidores nas redes sociais, denunciou, nesta quarta-feira (10), nas redes sociais, que passou mal após entrar em um carro de transporte por aplicativo, em Salvador. O caso teria acontecido após ela tocar em um “gel”, no momento em que fechava a porta do veículo e tentar limpar a substância no rosto, de forma instintiva.
Segundo relato da nutricionista, o caso aconteceu na terça-feira (9), quando ela deixou a casa onde morava, no bairro da Pituba.
“Nessa hora eu pedi para ele encostar o carro, falei: ‘Encosta, encosta, encosta’. Ele não trocava palavras comigo, ele não dialogava comigo em momento nenhum. Ele não encostou quando eu pedir para ele encostar”, relatou.
Após pedir para o motorista parar a corrida e não ser atendida, ela abriu a porta do carro com o veículo em movimento. Em seguida, fugiu quando o homem encostou próximo a um posto de gasolina.
“Quando avistei um posto de gasolina, abri a porta do carro em movimento, porque eu fiquei com medo de ser tarde demais. Eu não ter mais chance de sair do carro”, disse Evelyn.
Início do trajeto
De acordo com Evelyn Broocke, ela sentou no banco atrás do motorista e abriu a janela. “Na hora que eu coloquei a mão no botão do vidro, tinha um gel. Minha mão ficou melada de um gel que eu não sabia o que era”, contou.
Ela relatou que esfregou os dedos na calça e chegou a cheirar a substância para conferir o que era. No entanto, não identificou o odor.
Em seguida, no vídeo, Evelyn relatou que o motorista começou a fazer um caminho diferente do que ela está acostumada a fazer para trabalhar. Ela, então, pediu para ele mudar o trajeto.
“Foi aí que meu olho começou a lacrimejar muito. Eu estava com vidro aberto e por causa do vento, sentia a sensação e comecei a coçar os olhos institivamente”, disse a nutricionista.
Desespero
Evelyn Broocke afirmou ainda que a sensação de ardor aumentou ao ponto dela quase não conseguir deixar os olhos abertos.
“Eu senti medo, senti receio de estar passando por um golpe. Eu não sabia mais o que fazer, então a ideia que veio na minha cabeça foi pedir para o motorista voltar para minha casa”.
A passageira informou que pensou em dizer que tinha esquecido algum objeto, mas, na mesma hora, sentiu que não conseguiria se manter acordada até chegar no imóvel.
“Eu comecei a me sentir tonta e confusa, me dei conta de que não ia dar tempo de chegar em casa. Provavelmente eu teria desmaiado antes”, afirmou Evelyn.
Atendimento em posto
Após deixar o veículo, Evelyn Broocke disse que saiu correndo com a bolsa na mão. “Eu já não conseguia mais abrir os olhos direito. Eu estava fazendo muito esforço para conseguir, meu olho estava lacrimejando muito”.
Ela contou que foi atendida em um posto médico da região. Depois, ligou para o marido, que a buscou na unidade.
“O motorista do Uber ainda continuou a corrida por um tempo, como se eu estivesse dentro do carro. Ele não cancelou a corrida”.
A nutricionista disse que está bem e que ainda deve registrar o caso na polícia.
O que diz a Uber
Em nota, a assessoria da Uber informou que as únicas denúncias sobre o “golpe do cheiro” relativas a viagens no aplicativo da Uber que já tiveram a investigação concluída pela Polícia Civil, ocorreram no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e em Florianópolis.
Segundo a empresa, nos três casos, as autoridades pediram o arquivamento após o inquérito policial, porque as investigações, não apontaram elementos de prática de crime.
Especificamente no caso do Rio de Janeiro, o laudo pericial do líquido borrifado no veículo atestou se tratar de álcool 70% – e não foram encontradas outras substâncias de natureza tóxica, perigosa ou nociva.
Além disso, uma decisão judicial em Santos, no estado de São Paulo, condenou usuárias a pagarem indenização por danos morais ao motorista após ficar comprovado que a substância era álcool com essência de canela para higienização das mãos.
Nas demais denúncias mencionadas pela Uber, a empresa afirmou que não tem conhecimento de inquérito que tenha sido concluído com a comprovação do uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor.
No final da nota, a Uber informou que trata todas as denúncias com seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis. Afirmou também que se coloca à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei. (G1)