‘O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa’ ajuda estudante de Harvard a entender o Evangelho

Imagem: Reprodução

Uma jovem ateísta que se orgulhava de catalogar supostas contradições bíblicas relatou que só conseguiu entender o significado da mensagem bíblica através do filme O Leão, A Feiticeira e O Guarda-Roupa, o primeiro da saga As Crônicas de Nárnia.

Jordan Manji considerava o filme de 2005 uma fantasia divertida. Mas quando ela tentou responder a perguntas difíceis – como por exemplo, de onde vem a moralidade? – a ateia arrogante se viu confrontada por Aslam, o personagem que redime os demais no filme.

“Procurei João 19 e, ao ler a cena da crucificação, disse: ‘Não, Aslam, não’”, disse ela quando era estudante na Universidade de Harvard.

Em O Leão, A Feiticeira e O Guarda-Roupa – clássico de Nárnia de CS Lewis sobre outro mundo onde os animais falam e se aliam com quatro crianças contra um exército do mal de gigantes e ogros – Aslam é um leão que salva o dia ao se deixar ser sacrificado na mesa de pedra pela bruxa malvada que falha em compreender que seu direito de matar o animal sobrenatural não é o fim da história. Aslam volta à vida e resgata os narnianos quando eles estão à beira da derrota certa.

O começo

Jordan cresceu em um lar ateu, no qual os membros da família atribuíam valor a si mesmos com base no que faziam: “Minha família é muito competitiva. Sempre houve uma grande prioridade em ser a melhor”.

Isso funcionou bem durante o Ensino Médio, onde ela dominou. Ela era tão inteligente que conseguiu entrar na Universidade de Harvard. É aí que seu mundo começou a desmoronar. Ela não era mais a mais inteligente da sala: “Uma das coisas mais difíceis para um ateu são todos esses valores. Por que sou importante? Por que as pessoas deveriam se preocupar comigo? Muitas dessas coisas vêm de seu próprio desempenho”.

Jordan decidiu ser ateia aos 11 anos, quando começou a chamar os cristãos na sala de aula e a constrangê-los com perguntas “científicas” e “racionais” que eles não sabiam responder. “Eu levava a Bíblia para a escola com post-its mostrando onde estavam todas as contradições”, lembra ela. “Quando eu dizia me diga por que isso é uma contradição, as pessoas realmente não sabiam”, relembrou.

Incógnitas

Ela adorava fazer os cristãos tropeçarem. Mas aos poucos ela foi se conscientizando de suas próprias contradições, os pontos da visão de mundo do ateísmo que não têm explicações fáceis. Essa constatação foi irritante, ainda mais porque as respostas que encontrava eram insuficientes.

“De onde vem a moralidade senão de Deus? Por que algo está certo ou errado? Por que eu acredito em direitos humanos? Eu não acredito em um Deus. Então, de onde vêm essas coisas? Eu fui e perguntei a todas essas outras pessoas e ninguém teve uma boa resposta”, admitiu.

Então ela decidiu esperar pela faculdade. Certamente, no ambiente de tanto poder cerebral e erudição coletiva, ela encontraria respostas que satisfizessem sua inquietação interna. “Entrei em Harvard e não sou mais a pessoa mais inteligente na sala, 95% do tempo”, admitiu.

Já que sua identidade estava tão envolvida em ser a melhor aluna da classe, agora sua autoestima entrou em colapso: “Isso destruiu meu senso de identidade e valor, e me fez pensar quem eu realmente sou e o que me torna valiosa”, afirmou, explicando que isso a levou a uma luta com perguntas realmente difíceis.

Ela se tornou amiga de um cristão, e ele a levou a pensar em perguntas ainda mais preocupantes: “Comecei a ver: talvez haja essas rachaduras em minha própria estrutura intelectual”, percebeu Jordan Manji.

O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa

Para suprimir todas as dúvidas, ela se inscreveu em um estudo do pensamento moral e da linguagem. Ela realmente esperava fortalecer seus argumentos. Em vez disso, ao ler um ensaio de CS Lewis, ela tropeçou ainda mais em sua linha de raciocínio: a verdade simples, mas profunda, ajudou-a a entender a definição e a origem do certo e do errado.

“Essencialmente, o que ele disse foi Deus é bondade, e nossas vidas são boas quando nos esforçamos para imitar a Deus. Foi alucinante”, contou, lembrando-se de como se sentiu quando viu que as estruturas que sustentavam seu ateísmo ruíram. Só restava uma opção: voltar-se à Bíblia Sagrada e encontrar munições que poderiam ter passado despercebidas e direciona-las contra os cristãos.

No entanto, o resultado foi outro: esbarrou com o Sermão da Montanha, que expôs sua própria hipocrisia e constatou que pecava em pensamento: “Eu era boa aluna. Foi muito fácil para mim pensar que sou uma boa pessoa. Foi só quando voltei às palavras de Jesus e vi ‘não, você é uma pessoa irada; você pode não estar dormindo por aí, mas sente luxúria. Você é muito arrogante. Você se considera muito boa’. Ver essas coisas me fez perceber que eu não era realmente uma boa pessoa”.

Ao ler sobre a morte de Jesus e ficou impressionada com os paralelos entre O Leão, A Feiticeira e O Guarda-Roupa e o evangelho de João. Assim como Edmundo era arrogante e resistente ao amável Aslam, ela também tinha sido. Assim como Edmundo foi redimido por Aslam, ela também precisava de redenção.

“Jesus é Aslam e Ele está morrendo por minha causa”, constatou. “Perceber minha própria pecaminosidade naquele momento e minha própria necessidade de cura daquele pecado fez toda a diferença em como eu li isso. Então, comecei a chorar pensando em Aslam, pensando em Jesus por meio desse processo”. Porém, mesmo com tantas descobertas, ela se manteve irredutível.

Ela se lançou ao exame de todas as religiões proeminentes, despejou evidências científicas sobre a mesa e descobriu que todas apontavam de volta a Jesus Cristo: “Uma das coisas que mais me ajudaram a eliminar meu orgulho foi ter que admitir que estive errada todos aqueles anos como ateísta”.

No final das contas, foi o amor de Deus que a trouxe a Cristo: “Ao pensar no que realmente era o amor, pude ver como a morte de Jesus na cruz foi a personificação perfeita disso”. Deus é amor e Deus é verdade, então Deus é bondade”, resumiu.

Em 12 de abril de 2009, Jordan entregou sua vida a Jesus. Em 2012 se formou em Harvard, casou-se e fez doutorado no Fuller Theological Seminary. “Meu valor vinha das coisas que eu fiz. [Agora] o motivo pelo qual sei que tenho valor é porque Cristo morreu por mim, que Ele me ama, independentemente do que eu faria. É imensamente libertador”, testemunhou, conforme relatado pelo portal God Reports.

por Tiago Chagas – Gospel +

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