OAB-BA: Disputa para biênio 2022-2024 é protagonizada por mulheres

Seção Bahia (OAB-BA) aprovou o reajuste da anuidade para o ano de 2020 no valor de R$ 850 / Foto: Angelino de Jesus (OAB-BA)

As eleições de novembro na Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA) irão escolher representantes para o biênio 2022-2024. A disputa atualmente é protagonizada por duas mulheres: Ana Patrícia Dantas Leão, primeira mulher a ocupar a vice-presidência, e Daniela Borges, apoiada pelo atual presidente Fabrício Castro. Também deve concorrer ao pleito Dinailton Oliveira, ex-presidente da ordem entre os anos de 2004 e 2006.
No final do ano passado, a OAB nacional aprovou a paridade de gênero para registro de chapa nas eleições. A partir de agora, as chapas só serão registradas se alcançarem a cota de 50% de mulheres, tanto para titulares como para suplentes.


Uma pesquisa realizada pelo Dataqualy, encomendada pelo blog “Bahia Notícias”, mostra que Daniela Borges apresenta 33,7% de votos, quase o dobro de Ana Patrícia com 16,9%. Dinailton aparece com 6,6%. O levantamento foi realizado entre os dias 4 e 7 de outubro, com 409 entrevistados da capital e do interior. A margem de erro é de 4,8% percentuais, para mais ou para menos, 95% de confiança.
Daniela tem uma longa trajetória na OAB. Iniciou sua atuação na primeira gestão de Luiz Viana (2013-2015) como Presidente da Comissão de Educação Jurídica, Membro da Comissão de Direito Tributário e Conselheira Seccional. Nessa época, participou ativamente do grupo de trabalho responsável pelo projeto da construção de novas sedes das subseções da OAB.
Na segunda gestão do ex-presidente Luiz Viana, ocupou o cargo de Diretora-Tesoureira e foi membro da Comissão de Direito Tributário. No novo triênio, já sob a gestão de Fabrício Castro na OAB-BA, assumiu o novo desafio como Conselheira Federal e foi nomeada pela OAB Nacional Presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada – onde, segundo ela, teve a oportunidade de defender a paridade de gênero entre homens e mulheres para o Brasil todo.
Já Ana Patrícia também tem extensa biografia. Ela conta com experiência profissional e a trajetória nos trabalhos da Ordem, que inclui a participação na gestão 2013-2015 da Escola Superior de Advocacia Orlando Gomes (ESA), onde contribuiu para o fortalecimento da Escola e expansão dos cursos para todo o estado da Bahia.
Em julho, a profissional anunciou rompimento com Fabrício Castro, com quem ela se elegeu em novembro de 2018 pela chapa Mais OAB, Avança OAB, para o triênio 2019-2021. “Despeço-me do grupo político MAIS OAB, AVANÇA OAB, porque ele não mais me encanta, fascina e empolga, porque nele não mais me identifico. Permanecerei, contudo, exercendo as funções de vice-presidenta até o último dia do meu mandato, porque legitimamente eleita”, declarou, em uma carta divulgada na ocasião”. 
Já Dinaiton, autointitulado “advogado militante”, defende o seu legado à frente da Ordem. “Quando me elegi para a presidência da Ordem, quebrei uma hegemonia da instituição de só eleger os considerados iluminados, representantes de famílias tradicionais. Eu era classificado como líder da plebe. E hoje, 15 anos depois, a situação do Judiciário para a prestação jurisdicional é ainda pior, é lastimável”, enfatiza. Entre as prioridades do movimento “OABpraValer”, que o apoia, estão a defesa das prerrogativas dos advogados e a retomada do enfrentamento pela reestruturação do Judiciário, lutas que marcaram sua administração.

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