Obra da prefeitura de Santo Amaro desenterra resíduo tóxico de chumbo

Foto : Reprodução/TV Bahia

Uma obra de infra-estrutura da prefeitura de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano, desenterrou parte da escória de chumbo usada por gestões anteriores para calçamento das vias. A prática, que teve início nos anos 80, contaminou todo o solo da cidade e é considerada por especialistas o maior crime ambiental com metais pesados no país, uma vez que expôs e colocou em risco a saúde da população, estimada em cerca de 60 mil pessoas. As informações são do jornal Correio, publicadas em reportagem no último domingo (22).

O material era explorado pela antiga Companhia Brasileira de Chumbo (Cobrac), que se instalou na cidade na década de 60 e permaneceu até 1993. Ao encerrar as atividades, a empresa deixou para trás quase 500 mil toneladas de escória (subproduto da fundição) de chumbo e cádmio.

Cerca de um terço do resíduo foi usado para pavimentação do município, enquanto o restante está no pátio da antiga fábrica, em um terreno cercado e com seguranças. A estimativa é que 3 mil pessoas tenham sido contaminadas pelos metais pesados.

Uma decisão judicial expedida em janeiro passado promete dar início a um processo de reparação dos danos causados ao meio ambiente e à saúde dos habitantes. Em ação aberta em 2002, a Justiça Federal decidiu que compete à fábrica, que hoje se chama Plumbum e atua no Paraná, o pagamento de 10% do faturamento bruto da empresa ao tratamento das vítimas. Além disso, a União e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) deverão construir em Santo Amaro um centro de referência para tratamento de pacientes expostos e contaminados por metais pesados.

(Metro1)

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